O técnico catalão Domènec Torrent recebeu críticas de parte dos torcedores do Flamengo após sua chegada para comandar o atual campeão brasileiro, com derrotas para Atlético-MG e Atlético-GO, além de não ter boas atuações nos empates com Grêmio e Botafogo, mas nos primeiro jogos depois de uma semana livre para treinar, o time conseguiu vencer o Santos na Vila Belmiro e o Bahia, em Salvador, com os 5 a 3 na última quarta-feira.
No podcast Posse de Bola #53, o jornalista Mauro Cezar Pereira destaca a pouca paciência que torcedores e até mesmo parte da imprensa teve com o novo treinador do Flamengo e as reclamações referentes ao jogo reativo no duelo com o Santos, quando o Rubro-negro venceu o jogo com um gol de contra-ataque finalizado por Gabigol.
“Acho que houve má vontade mesmo, em alguns casos chega a ser engraçado. Por exemplo, um torcedor fala assim ‘esse cara não entende nada de futebol’. E aí eu fico pensando quantos seres humanos na face da terra conseguem sentar do lado do Pep Guardiola e ficar durante um jogo de futebol profissional discutindo com o maluco, sobre o que fazer, que estratégia tomar, o que mudar, que jogador colocar”, diz Mauro Cezar.
“Ele pode ser até um mala, pode ser um péssimo técnico, pode dar tudo errado, mas achar que o cara não entende de futebol é muita pretensão. Pode não funcionar? Óbvio que pode não funcionar. Pode funcionar dando treinos como auxiliar, mas como técnico principal não ter os predicados necessários para você comandar o elenco, então pode ser um fracasso, claro que pode ser um fracasso, mas daí a dizer que o cara não entende de futebol, que o cara não sabe. Quem é que sabe?”, completa.
Flamengo foi reativo contra o Santos e ofensivo contra o Bahia
Mauro destaca ainda que as atuações nas vitórias diante do Santos e do Bahia foram diferentes porque o jogo dos adversários também se diferenciava, com o time de Cuca atacando mais o Flamengo, enquanto o de Roger Machado — demitido do time baiano após a derrota — optou por se defender mais.
“O Domènec está tentando dar diversidade de jogo ao Flamengo, me parece. O jogo do Santos domingo a gente falou aqui na segunda-feira. O time reativo. Aí tem torcedor ‘não, o Flamengo não pode ser reativo’. O Flamengo foi reativo. Ele não é reativo, ele foi reativo em determinados momentos num jogo contra um Santos que atacava muito, de forma corajosa, o que é saudável, porque tem os jogadores para isso, poderia ter vencido o jogo o Santos, e aí dava campo e o Flamengo exploro esses espaços”, analisa Mauro.
“Contra o Bahia já não foi assim porque o Bahia já jogou mais fechado, muito desorganizado, muito exposto, uma bagunça danada, um fim de feira, mas jogou mais fechado, e o Flamengo conseguiu realizar as jogadas e fez um jogo que só não foi melhor porque a defesa ainda comete deslizes”, completa.
Isla se adaptou rápido na lateral do Flamengo
Mauro também elogia a atuação do lateral direito Mauricio Isla, recém-contratado para substituir Rafinha, que foi para o futebol grego.
“Quero chamar a atenção para o Isla, a adaptação automática. Impressionante, é muito difícil de acontecer. O último jogador estrangeiro que eu me lembro que chegou chegando assim foi o Montillo quando chegou no Cruzeiro, na mesma hora, entrou no time e tudo funcionava com ele”, declara o jornalista.
“Incrível, ele entrou ali, estava 5 meses sem jogar e o cara cumpre bem o papel, quando vai no ataque, vai na boa, participa muito bem das jogadas ofensivas, chega no fundo, muito forte fisicamente, um jogador que eu esperava que fosse bem, mas não tão rápido, acho que os dois jogos dele foram muito bons, tanto contra o Santos no segundo tempo como no do Bahia entrando como titular”, conclui.
Retirado de: UOL