A liberação de jogadores para seleções para eliminatórias sul-americanas da Copa tem gerado questionamentos por parte de grandes clubes europeus. Fazem pressão sobre a Fifa por temer perder jogadores por infecção por coronavírus. A entidade máxima do futebol, no entanto, rechaça a pressão e reforça que vai liberar os atletas desde cumpridas rígidas medidas sanitárias. Amistosos, no entanto, não estão garantidos.
A seleção brasileira terá seu primeiro jogo das eliminatórias diante da Bolívia, no dia de 9 de outubro. O presidente da Fifa, Gianni Infantino, confirmou as partidas na América do Sul no congresso da entidade. E o técnico Tite já fez a convocação com um grupo com maioria de europeus.
Aí começaram os questionados dos times do velho continente e do sindicato mundial de jogadores, como relatou primeiro o “New York Times”. Não houve pedido para não liberar os jogadores, mas pressão sobre perdas financeiras caso os jogadores não possam atuar na volta por infecções ou quarentena. Um documento do ECA (entidade dos grandes clubes europeus) relatou preocupação com a saúde dos atletas e fala em compensações financeiras em caso de infecção, segundo o jornal.
Pois bem, a Fifa entende que os questionamentos dos clubes não fazem sentido ao se levar em conta que também há infecções de Covid na Europa e os campeonatos estão liberados. Um argumento é de que já houve jogos de seleções na Europa após a volta do futebol, e vetar na América do Sul seria discriminação.
Ao saber dos questionamentos, a Conmebol enviou uma carta na semana passada para garantir junto à Fifa a liberação dos jogadores, isto é, exercer uma pressão oposta a dos clubes. Até agora, a MLS (liga norte-americana) foi a única que informou se recusar a liberar atletas para as eliminatórias – há atletas do Paraguai, Equador e Venezuela nos EUA.
Há negociações internas antes de sair o regulamento da Fifa para liberação desses jogadores para as seleções. É certo que serão determinadas regras de protocolos sanitárias a serem atendidas pelas federações nacionais para garantir a saúde dos jogadores e minimizar infecções. A Fifa negociou com os países onde atuam os atletas para derrubar quarentenas na volta deles e não causar desfalques nos clubes. Dos 21 países, 19 toparam.
Uma possibilidade real é que não sejam incluídas nas liberações obrigatórias os amistosos das seleções. Assim, só seria imposto aos clubes que os jogadores fossem para os jogos de eliminatórias que são oficiais. Pela regra anterior à pandemia, convocações em datas-Fifa eram todas obrigatórias.
No cenário atual, a liberação dos atletas deve acontecer. Mas é certo que a pressão de clubes europeus para não perder seus jogadores se acentuou no meio da pandemia de Covid.
Retirado de: UOL