A postura do Flamengo antes do jogo de domingo (27) revoltou praticamente todas as outras equipes da Série A do Brasileirão, em especial o Palmeiras. Ainda que a diretoria alviverde tenha ficado irritada com a forma como atuou a cúpula rubro-negra, o time paulista não deve “jogar gasolina” na crise envolvendo o clube carioca.
A tentativa de adiamento da partida por liminares foi vista por algumas pessoas no Palmeiras como um “atentado ao futebol”. Presidentes de outras equipes se manifestaram publicamente contrários ao Fla, mas a realização da partida fez o tumulto diminuir.
Considera-se que o caso ainda poderá ter repercussões no futebol brasileiro, uma vez que o Rubro-Negro ficou sozinho ao tentar mudar a data do jogo devido ao surto de Covid-19 em seu elenco, mesmo após recusas da CBF e do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). A visão de que o time “cruzou a linha” é compartilhada por mais equipes brasileiras.
Maurício Galiotte, ainda que bastante incomodado com o ato, não deve fazer fazer articulações nos bastidores contra o rival. Pessoas ligadas à diretoria consideram que a discussão envolveu muito mais o conceito do protocolo dos clubes do que uma disputa direta com o Flamengo. Tanto que nem houve novo posicionamento depois de o presidente falar na paralisação do campeonato, sábado (26).
Outro tema em que as diretorias de Palmeiras e Flamengo divergem é sobre a volta do público aos estádios. Até antes destes problemas, a relação entre as partes não era ruim nos bastidores. Os clubes, inclusive, estão entre os principais articulares da Medida Provisória 984, que dá ao mandante de uma partida de futebol no país o direito de transmissão do jogo.
O entendimento é de que o caso não pode atrapalhar o trabalho em favor da MP, que irá caducar e deixará de valer se não for votada no Congresso em duas semanas. A tendência é de que isto ocorra.
Retirado de: UOL