Adotado pelo futebol para reduzir os erros de arbitragem, o VAR tem sido criticado em sua aplicação principalmente no futebol brasileiro, inclusive com pedido de anulação de jogo após lance não revisado, no caso do Grêmio, e em erro na linha da marcação de impedimento, no caso do São Paulo.
No podcast ‘Posse de Bola #66’, Mauro Cezar Pereira diz que há má vontade de torcedores e imprensa na análise sobre o auxílio de vídeo na arbitragem do futebol, mas acredita que o sistema não foi testado o suficiente para prever questões como as que são discutidas hoje.
“Acho que aí tem dois aspectos, situações discutíveis do VAR e uma má vontade muito grande de parte da torcida e parte da imprensa também. Por exemplo, não tem o menor cabimento você debater em um programa na televisão, na internet, onde for, acertos do VAR. O VAR acertou em dez lances ‘a favor’ de um determinado time, ou seja, evitou dez vezes que determinado time fosse prejudicado, aí alguém vai lá e debate isso e diz ‘o time foi beneficiado’. Não tem benefício, foi uma correção”, diz Mauro Cezar.
“Agora, há muitos erros, acontecem muitos erros. A demora muitas vezes enorme para se analisar, essa situação do jogo Atlético-MG e São Paulo, um lance que é pouco comentado que foi o pênalti dado para o Atlético-MG contra o Goiás quando estava 0 a 0, que eu achei incrível aquele pênalti ter sido marcado com a utilização do vídeo, não vi nenhum contato do goleiro com o Sasha. São situações que mesmo com o VAR os caras cometem erros bizarros, me parece que com a frequência maior do que lá fora”, completa.
O jornalista acredita que o VAR deveria ter passado por mais testes antes de passar a ser utilizado no futebol, o que Juca Kfouri concorda e vê em estágio diferente de excelência em relação a outros esportes como basquete e tênis.
“Primeiro eu acho que o VAR não foi devidamente testado, eu me lembro que de uma hora para outra a Fifa, ‘agora vai ter vídeo’, eu acho que deveriam ter testado mais e muitas situações que estão acontecendo hoje nós deveríamos ter detectado em experiências, especialmente a situação da frustração”, diz Mauro Cezar.
“De fato, o problema é que eu acho que acabou sendo pouco testado, são diversas situações sobre as quais ninguém pensou. É diferente do que você vê na NBA, é diferente do que você vê no tênis, é diferente do que você vê em outros esportes, no futebol ainda a arbitragem eletrônica não atingiu seu nível de excelência, mas atingirá”, conclui Juca.
Retirado de: UOL