Convocado para se reunir no dia 23 de novembro, o Conselho de Administração do Flamengo irá analisar o parecer da comissão de inquérito do órgão, que examinou uma denúncia contra o ex-presidente do clube, Eduardo Bandeira de Mello.
O grupo político “Vanguarda Rubro-Negra” fez uma denúncia, em maio, contra Bandeira, após ele afirmar que tem “quase certeza” de que o incêndio no Ninho do Urubu, que vitimou 10 jogadores da base, não aconteceria se ele ainda fosse o presidente do clube.
O conselho, que tem como presidente da comissão de inquérito o grande benemérito Túlio Cristiano Machado, irá decidir se absolve, arquiva o caso ou pune o ex-presidente. Caso a decisão seja de sanção, ela pode ser desde uma suspensão temporária de até 360 dias, ou até mesmo, expulsão do quadro social.
A reunião não prevê debate, apenas apresentação sobre o parecer da comissão de inquérito e a manifestação da defesa de Bandeira. Logo após, a votação será feita de forma secreta, através de cédulas.
Marcelo Vargas, que foi candidato à presidência do Flamengo em 2018, é quem guia o pedido feito pela “Vanguarda Rubro-Negra” que tem como base dois artigos do estatuo Rubro-Negro:
24, parágrafo XI: “Abster-se de usar qualquer meio de comunicação para veicular expressões desonrosas contra o FLAMENGO, ou os membros de seus Poderes, em campanha eleitoral, ou em razão de suas funções;”
49: “Veicular expressões desonrosas, por qualquer meio de comunicação, contra o FLAMENGO, ou os membros de seus Poderes, em campanha eleitoral, ou em razão de suas funções.”
O artigo 49 prevê duas punições: suspensão por até 360 dias ou eliminação do quadro social.
O inicio do caso
Em entrevista ao jornalista Jorge Nicola, Bandeira explicou que havia a previsão de que os meninos da base deixassem os contêineres na virada de 2018 para 2019 e por isso tinha “quase certeza” que o incêndio não ocorreria se ele ainda fosse presidente. A declaração gerou desconforto entre os membros atuais da diretoria do Flamengo, que fez uma nota oficial repudiando e rebatendo as falas.
“Se eu ainda fosse presidente, tenho quase certeza que não teria acontecido o incêndio. Fiquei lá seis anos e não aconteceu nada. O que aconteceu ali, eu já não estava mais lá, e sinceramente não sei qual foi a causa. Mas espero que o MP chegue à verdade. Porque é muito desagradável se ter inocentes sendo acusados de maneira totalmente injusta. Um deles sou eu”, disse Bandeira.
Retirado de: O Dia