Desde o início do processo de transferência de Rogério Ceni para o Flamengo, o presidente do Fortaleza, Marcelo Paz, preservou a decisão do técnico. “Tenho por ele muita gratidão”, diz. Na manhã desta terça-feira, no entanto, Paz lamentou profundamente o fato de nenhum diretor do Flamengo ter procurado o Fortaleza para informar que pretendia engatilhar negociação com seu treinador.
“O Flamengo fez com o Fortaleza o mesmo que reclamou de o Benfica ter feito com ele no caso do Jorge Jesus”, afirma o presidente do Tricolor de Aço. “O Rodolfo Landim, o Bruno Spindel, todos têm meu telefone e bastava fazer uma ligação.”
Paz diz que entende a decisão de Rogério Ceni, mas afirma que ele errou ao dar a palavra de que permaneceria no Fortaleza e não cumprir. O presidente do Fortaleza não precisa nem sequer falar sobre isto publicamente, porque Rogério Ceni assumiu o compromisso no programa Bem, Amigos, em 12 de outubro. Menos de um mês depois, aceitou o convite do Flamengo.
Todos os lados deixam contradições. O convite rubro-negro era como cavalo encilhado, difícil de se recusar. Claro que Rogério paga o pecado de ter feito a promessa pública de que não repetiria o que fez ao trocar o Fortaleza pelo Cruzeiro, em 2019. Tudo na vida tem ônus e bônus. Será criticado, como Vágner Mancini foi ao trocar o Atlético Goianiense pelo Corinthians. E terá a chance, por outro lado, de encurtar o caminho para a sedimentação de sua trajetória como técnico, se ganhar o Brasileirão ou a Libertadores. Em menor escala, a Copa do Brasil.
Agora são 17 mudanças de técnico no Campeonato Brasileiro, duas a mais do que na vigésima rodada de 2019. Treze foram demitidos, três pediram demissão (Rogério Ceni, Vágner Mancini e Eduardo Coudet) e Paulo Autuori pediu para sair em função dos maus resultados.
Retirado de: Globo Esporte