Nos embalos do sábado à noite, o Flamengo voltou a jogar bem, venceu o Coritiba por 3 a 1 e dormirá na liderança do Campeonato Brasileiro. A vitória foi a primeira do Rubro-Negro sob o comando de Rogério Ceni, que repetiu a estratégia e o estilo da equipe de Jorge Jesus em 2019. Os gols do jogo foram de Bruno Henrique, Arrascaeta e Renê para o time da casa, e Mattheus descontou para os visitantes.
Com 39 pontos, o novo líder do Brasileirão agora seca o Atlético-MG, que enfrenta o Ceará, no Castelão, amanhã (22), às 16h. O Galo tem um ponto a menos que o Fla, mas com uma vitória a mais, volta à liderança caso empate com o Vozão. Ainda assim, o triunfo após quatro jogos sem vencer é um alento para o Rubro-Negro, que ganha moral para o confronto com o Racing, pelas oitavas de final da Libertadores. O primeiro jogo é na terça-feira, às 21h30, em Avellaneda, casa dos argentinos.
Mais do que a vitória importante na briga pelo título brasileiro, a atuação do Flamengo foi inspiradora. De longe a melhor e mais organizada na “era Ceni”, a performance também aconteceu pelo péssimo jogo do Coritiba, que briga contra o rebaixamento. Na 18ª colocação, o Coxa tem 20 pontos na tabela e pode terminar a 22ª rodada na penúltima posição caso o Botafogo pontue contra o Fortaleza no Estádio Nilton Santos.
Arrascaeta comanda ataque e é o melhor em campo
O Flamengo teve grande atuação, mas dentre os muitos destaques individuais, uma estrela brilhou mais que as outras na constelação rubro-negra: Giorgian De Arrascaeta. O atacante uruguaio voltou a atuar em sua posição original, aberto pela ponta mas flutuando por trás de Bruno Henrique e Vitinho. “A là 2019”, o camisa 14 esbanjou técnica e visão de jogo com passes perfeitos e ainda marcou um golaço para comandar o ataque do time de Rogério Ceni. O melhor em campo no Maracanã.
Gol relâmpago
Na entrevista à beira do gramado antes do jogo, Rogério Ceni afirmou que tentaria “repetir o que deu certo em 2019”, se referindo ao esquema com Éverton Ribeiro e Arrascaeta abertos pelas pontas, com dois homens velozes em infiltração por dentro. Sem Gabigol, coube a Vitinho ser o parceiro de ataque de Bruno Henrique. E assim como no ano perfeito que passou, o Flamengo iniciou o jogo de maneira avassaladora.
O relógio marcava pouco mais de dois minutos quando o ataque rubro-negro balançou as redes. Bruno Henrique avançou em alta velocidade e cruzou para Arrascaeta. A bola passou um pouco do ponto, mas o uruguaio conseguiu consertar levantando a cabeça e cruzando a bola de volta com perfeição para o camisa 27 subir mais que a zaga e estufar a rede de Wilson em forte cabeçada para abrir o placar.
1º tempo em ritmo de treino
O gol logo no início deu ânimo para o Flamengo enfim voltar a jogar bem. Ao seu estilo vertical e objetivo, o Rubro-Negro de Ceni lembrou o de Jorge Jesus, ainda que o adversário impusesse pouca ou nenhuma resistência. Fraco, o Coritiba assistia o Fla atuar em ritmo de treino. O que se viu depois que o time da casa abriu o placar foi um vareio: 12 finalizações, sendo nove chances muito claras, com duas bolas na trave e três chances inacreditáveis perdidas por Bruno Henrique, Arrascaeta e Vitinho dentro da grande área.
Coritiba monta estratégia, mas agride pouco
Com três homens atrás, dois alas e os homens de frente abertos, o Coxa tentou replicar a estratégia que costuma dar certo contra o Fla: explorar a defesa adiantada com lançamentos por trás da defesa, tentando levar vantagem na velocidade contra os lentos zagueiros rubro-negros, principalmente na ausência de Rodrigo Caio. A estratégia de Rodrigo Santana estava lá, mas a execução foi muito ruim. Entre as linhas, Giovanni Augusto ficou perdido e municiou pouco Robson e Osman, que sentiram necessidade de um homem centralizado para concluir as jogadas a partir dos espaços abertos. Na direita, Maílton até tentou, enquanto William Matheus foi muito mal pelo lado oposto. Nada deu certo, e o time agrediu muito pouco.
Arrascaeta aumenta fatura com golaço
Aos 26, o Fla já era senhor da partida quando Arrascaeta, o melhor em campo na noite, marcou um golaço para aumentar a fatura no Maracanã. O uruguaio concluiu linda jogada do ataque do Fla: Éverton Ribeiro e Vitinho triangularam até a bola chegar em Isla, que cruzou como um passe para o camisa 14 chapar no canto de Wilson e correr para comemorar.
Everton Ribeiro recebe camisa 200
O meia Everton Ribeiro completou 200 jogos pelo Flamengo e, para celebrar a marca, recebeu uma camisa com o número às costas das mãos do presidente Rodolfo Landim. O jogador chegou à Gávea em junho de 2017.
Faixas de protesto e Maracanã sem som
Apesar de lutar na parte de cima da tabela, o Flamengo entrou em campo pressionado após a eliminação na Copa do Brasil. Algumas faixas com dizeres em tom de protesto, como “queremos respeito” e “Brasileiro é obrigação” puderem ser vistas nas arquibancadas do Maracanã. Além disso, o estádio não recebeu o sistema de som oficial com cânticos da torcida como nos demais jogos da pandemia de coronavírus. A explicação é o momento “difícil” vivido pelo time.
Força, Thiago Maia
Antes de a bola rolar, os jogadores do Flamengo se reuniram e posaram para uma foto com a camisa número 33, usada por Thiago Maia. Ontem (20), o Rubro-Negro divulgou que o volante terá de passar por uma cirurgia no joelho esquerdo. Maia, que está emprestado pelo Lille, da França, tem contrato até o meio do ano que vem.
Lei do ex no apagar das luzes
Com o pé no freio após grande atuação, ainda deu tempo da lei do ex aparecer no Maracanã. No último lance do jogo, Mattheus avançou pela esquerda e chutou no canto, sem chances para Diego Alves. Cria do Flamengo, o filho de Bebeto não comemorou seu gol.
Retirado de: UOL