A primeira vitória do Flamengo sob o comando de Rogério Ceni veio em boa hora para o time. Ao vencer o Coritiba, pelo Campeonato Brasileiro, o time ganhou confiança para as oitavas de final da Libertadores, onde o Rubro-Negro tem difícil confronto com o Racing, da Argentina. Mais do que o desempenho, o lado psicológico está em evolução.
Ao analisar a partida, o treinador preferiu valorizar o lado bom das coisas, diminuindo o peso das muitas chances perdidas e ressaltando que a criação foi o ponto alto da equipe no jogo. Além do otimismo, a ideia de Rogério com as palavras era motivar seus jogadores em declarações ao “externo”, amplificando o que já vem fazendo internamente.
“Eu os motivo todos os dias. Vejo no rosto deles o prazer de vestir a camisa do Flamengo. Para mim, está sendo um prazer muito grande. Estamos fazendo trabalhos cada vez mais intensos para condicionar o grupo, que é centrado, concentrado e com o psicológico forte. Quando sofre o gol, demora um pouco para reagir. Mas a vitória dá confiança e esses caras vão conseguir levar o Flamengo longe”, declarou.
As 23 finalizações — 17 na grande área, sendo 13 situações claras de gol em dados do SofaScore — fizeram o torcedor relembrar um pouco do time de Jorge Jesus que venceu quase tudo em 2019, assim como a intensidade, a posse de bola (63%) e o início avassalador. Por outro lado, o adversário não era dos mais fortes, o que deixa algumas dúvidas no ar.
Por ter saído na frente logo no começo, o Rubro-Negro não sofreu com a parte psicológica, que Ceni havia alertado após a eliminação para o São Paulo na Copa do Brasil. Ainda assim, foi vazado, o que tem se repetido: são apenas dois jogos nos últimos 15 sem sofrer gols. Preocupação que o técnico não esconde.
“Nesses dois dias de treinamento a gente focou principalmente com os jogadores que não estão jogando a parte defensiva. Os outros já têm uma sintonia muito boa. Os mais recentes vêm da linha de defesa. Pessoalmente, essa semana trabalhei mais a defesa, vou ser sincero. Mas frequentemente eu mesmo treino eles no ataque, faço os cruzamentos para eles finalizarem. Prefiro criar e perder os gols do que não chegar perto do gol adversário”
Na derrota para o São Paulo e consequente eliminação na Copa do Brasil, o comandante havia citado que o “lado psicológico” acabou atrapalhando e indicado que buscaria trabalhar o tema juntamente ao grupo para que melhores resultados pudessem ser colhidos em breve.
“Estando no Flamengo, toda competição que você entre, todo mundo tem a expectativa que você vá vencer. Uma coisa eu posso dizer: os caras aqui têm muito comprometimento. Eles escreveram a história e não fica no passado. Eles seguem com vontade de vencer. Vamos trabalhar o mental e fazer escolhas dentro do melhor que nós temos no elenco”.
Retirado de: UOL