Quatro dias após ter afastado o jogador, o Bahia decidiu reintegrar Juan Pablo Ramírez à equipe nordestina.
O afastamento foi anunciado após o atleta ter sido denunciado por injúria racial pelo meia do Flamengo. Gerson declarou após o jogo, em rede nacional ter sido chamado de “negro” pelo colombiano, que negou tal acusação. Desde então, o clube da Gávea está representando o Coringa na justiça na moção de processo contra Ramírez e Mano Menezes, este último por “apoio a ato racista”.
Diferentemente do atleta, o técnico no mesmo dia foi demitido e não retornará a comandar o Bahia. Sobre a reintegração do meia, o presidente do tricolor afirmou:
“A gente se esforçou, esforçou e não conseguiu identificar uma outra prova ou circunstância além da palavra da vítima. Quando eu falo isso, não é reducionismo. É dizendo que foi a palavra da vítima, que é relevante, importante, ponto. Eu não consegui cravar que a decisão mais correta seria abandonar a presunção de inocência do Ramírez. Nós consolidamos a ideia de que ele deve continuar no clube e ser reintegrado imediatamente. Ficaremos atentos aos processos paralelos que estão acontecendo e entendendo que qualquer outro fato que surja vai merecer análise”, disse Guilherme Bellintan, em entrevista à TVE Bahia.
“Sou dono e responsável pelas minhas decisões, assumo as consequências dela. A responsabilidade é minha. O Bahia seguirá firme nessa luta e eu peço a confiança das pessoas”, completou.
Mesmo voltando ao time, o processo contra o colombiano será mantido e, além do atleta, Mano Menezes e o árbitro Flávio Rodrigues também foram intimados a depor na delegacia. Já pelo lado do Flamengo, Gerson e Rodrigo Dunshee, VP jurídico, já compareceram à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) na última terça-feira (22).
O Departamento Jurídico do time ainda trabalha em formas de apresentar provas incontestáveis à justiça, como pedido pelo STJD. Além do processo de Gerson, o Flamengo também defenderá Bruno Henrique em queixa de xenofobia.