Após ser denunciado pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) pela tragédia no CT Ninho do Urubu, o ex-presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, se pronunciou sobre a acusação e divulgou uma nota lamentando o fato de ter sido responsabilizado pelo crime que provocou a morte de dez jovens atletas em 2019.
No pronunciamento, Bandeira alega que todas as apelações realizadas pela defesa dele durante a investigação foram rechaçadas e caracterizou a denúncia uma “profunda injustiça” e “absurda”.
“Sabe-se lá a razão, mas a verdade é que a investigação ignorou todas as petições de minha defesa, solicitando produção de provas, bem como também ignorou tudo o quanto fora descoberto pela imprensa, numa linha que poderia ajudar a se chegar à verdade dos fatos. Ao que tudo indica, a investigação simplesmente se preocupou em encontrar um ‘culpado’ pré determinado, de maneira conveniente para alguns”, diz um trecho da nota.
Ontem (16), o MPRJ denunciou 11 pessoas pelo incêndio no CT Ninho do Urubu, entre eles, o ex-presidente Bandeira. O poder público entende que houve irregularidades e descumprimento de normas técnicas que, então, provocaram o acidente. A pena aos acusados, se considerados culpados pela Justiça, é de 1 ano e 4 meses a 4 anos, com aumento de pena de um sexto até a metade, em regime semiaberto.
Confira na íntegra a nota emitida por Eduardo Bandeira de Mello:
“É com profunda decepção e perplexidade que tomo conhecimento da denúncia do MP me atribuindo responsabilidade pela lamentável tragédia e pelas mortes das crianças no Ninho do Urubu, fatos ocorridos quando já não era mais presidente do clube.
Ao longo do nosso mandato, as condições de habitabilidade e de trabalho dos nossos atletas da base foram melhoradas – condições estas que o próprio MP conhecia, acompanhava e concordava – deixando ao fim de dezembro de 2018 os meninos já ocupando as novas e definitivas instalações, as melhores existentes no Brasil.
Sabe-se lá a razão, mas a verdade é que a investigação ignorou todas as petições de minha defesa, solicitando produção de provas, bem como também ignorou tudo o quanto fora descoberto pela imprensa, numa linha que poderia ajudar a se chegar à verdade dos fatos.
Ao que tudo indica, a investigação simplesmente se preocupou em encontrar um ‘culpado’ pré determinado, de maneira conveniente para alguns”.
Tenho certeza de que em juízo minha defesa demonstrará essa profunda injustiça e o Poder Judiciário afastará definitivamente essa imputação absurda.
Reitero minha total confiança nas instituições do nosso país e reforço que nesse processo nada é mais importante do que a tentativa de minimizar a dor das famílias que foram destroçadas por essa tragédia e, mais uma vez, apresento minha incondicional solidariedade”.
Retirado de: UOL