Autor de um dos gols na vitória por 3 a 0 sobre o Goiás, Arrascaeta contou com a ajuda da ciência para estar inteiro em campo e recolocar o Flamengo nos trilhos da briga pelo título do Campeonato Brasileiro.
Antes do duelo contra os goianos, o uruguaio passou dias reclamando de muitas dores nos músculos posteriores da coxa. Investiga daqui, examina dali e o fisioterapeuta Mário Peixoto, no clube desde 2011, descobriu que o incômodo do meia tinha origem em um problema na coluna cervical.
O profissional, que é pós-graduando em osteopatia, técnica que consiste na manipulação das articulações, viu que um dos nervos cranianos do meia causava o desequilíbrio. A partir daí, um tratamento localizado colocou fim ao problema e deu ao técnico Rogério Ceni um dos seus principais jogadores em totais condições.
“Ele estava com essa questão arrastada há uma semana, se sentindo bastante cansado no pós-jogo e no pós-treino. Sabendo da importância da coluna para a manutenção de todo corpo, avaliei e vi que ele estava com um problema na cervical alta. Dali parte o nervo vago, muito importante para a recuperação, pois é responsável pela manutenção da frequência cardíaca, do funcionamento vísceras e da parte respiratória. Se tiver algum bloqueio neste trajeto, pode ter a recuperação alterada”, disse Peixoto ao UOL Esporte.
O diagnóstico precoce do problema foi importante para o tratamento e recuperação, mas o profissional afirma que é importante que o jogador entenda o funcionamento do seu corpo e passe a perceber que toda a máquina está interligada:
“Quando o atleta chega, a gente avalia e conversa para tentarmos entender como o corpo dele funciona. É importante ele entender o funcionamento do corpo, entender o que são algumas dores. Entendendo que a coluna dele é importante, vai se cuidar mais, vai fazer trabalho diferenciado de manutenção. Uma queixa muscular pode ter várias origens, a abordagem tem de ser geral.”
Arrascaeta confessa surpresa com o resultado da análise clínica. O atleta, considerado um dos que têm capacidade mais rápida de recuperação em todo elenco do Fla, experimenta uma melhora de suas condições físicas na hora da decisão.
“O Mário teve essa percepção, mexeu na minha coluna e ajudou demais. Minha recuperação melhorou muito após os exercícios. Tenho certeza que ali ele impediu que eu estourasse a minha musculatura, eu nem fazia ideia que as dores poderiam ser consequência da minha cervical. Este bastidor as pessoas não ficam sabendo, mas faz uma diferença muito grande”, explicou o rubro-negro, que completou:
“Todo jogador de alta performance convive com dor, mas eles [fisioterapeutas] nos ajudam a amenizar isso para podermos treinar e jogar. Não adianta só ter a melhor estrutura, o clube tem profissionais de alta qualidade também, assim como o Mário.”
Com corpo são e mente sã, após o triunfo na última rodada, os atuais campeões miram mais uma decisão na briga pelo título. A cinco pontos do líder São Paulo, o Fla encara amanhã (21) o Palmeiras, às 19h, no Mané Garrincha. Na briga pela taça, os rubro-negros se preparam para estarem inteiros na hora da decisão.
Retirado de: UOL