O Flamengo negocia o jovem zagueiro Natan com o Red Bull Bragantino, que a princípio terá o jogador por empréstimo, mas com uma cláusula de compra no caso de metas atingidas em relação ao número de jogos, uma transação que deve render 4 milhões de euros (R$ 27 milhões) aos cofres do clube rubro-negro, embora haja torcedores insatisfeitos com a saída do jogador que acreditam que poderia render em seu formador.
No podcast Posse de Bola #107, Mauro Cezar Pereira comenta a negociação e afirma que a saída é um bom negócio para o Flamengo, dado o fato de o clube ter a necessidade de ajustar questões financeiras em meio à pandemia, sem a renda dos torcedores devido aos estádios vazios, indicando que Natan não deverá ser o único jovem a ser negociado.
“Na mentalidade de alguns torcedores do Flamengo, o Natan já é o novo Aldair e ele vale 30 milhões de euros, só que o Natan não vale mais do que 3 ou 4 milhões de euros, ele tem 17 jogos no profissional, é um jogador que fez 20 anos no começo de fevereiro, de altos e baixos, algumas boas atuações, deixou uma imagem muito positiva por fazer parte daquele grupo de jovens que entraram no perrengue, no sufoco, na época do surto de covid para jogar contra o Palmeiras e se saíram bem, mas ainda é um jogador verde, é um jogador que inclusive perdeu espaço por conta de atuações ruins”, diz Mauro Cezar.
“Por que o Flamengo tem que vender o jogador e vai vender outros? Porque tem que fazer caixa, porque não tem bilheteria, porque não tem sócio-torcedor, porque o marketing do Flamengo é um horror, perdeu o patrocinador e tem dificuldade para conseguir outro, não só pelo momento do mundo, mas também porque o marketing do Flamengo é fraco e tem dificuldade para buscar esses patrocínios, porque foram cometidos erros, aí nem pelo departamento de futebol, mas pelo clube”, completa.
Dadas todas as questões financeiras, Mauro cita a falta de proposta por jogadores que os torcedores preferiam que deixassem o clube, como Léo Pereira, Michael e Vitinho, e vê como necessária a negociação e que novas saídas podem ser necessárias, mesmo que de peças importantes do time, para que não volte o período das dívidas.
“Não acho que seja um negócio absurdo e não sei qual vai ser o futuro, que eu não tenho bola de cristal, só sei do seguinte, para mim até hoje o que o Natan apresentou não foi nada de extraordinário, é um zagueiro jovem e consequentemente promissor, com alguns predicados e com muitos erros ainda inerentes a esse estágio da carreira, ainda começando. Não vejo nada de tão especial assim”, diz o jornalista.
“Vai ter que vender mais jogadores e é melhor melhor vender os garotos do que começar a dever de novo, não pode é ficar devendo de novo. Se tiver que vender um Gerson, um Everton Ribeiro ou um Arrascaeta, tem que vender também, porque não há condição de ficar sem público, com menos sócio-torcedor e só contratando jogador, não vai ter como, manter o clube nos trilhos das finanças tem que ser prioridade. Se tiver que perder um jogador importante ou um jovem promissor, paciência, é um risco que vai ter que se correr”, conclui.
Retirado de: UOL