A Copa América usurpará quatro titulares do Flamengo por até um mês: Tite convocou para a seleção brasileira nesta quarta-feira o meia Everton Ribeiro e o atacante Gabigol; Isla no Chile e Arrascaeta no Uruguai serão as outras baixas. Apesar dessas perdas, o problema se apresenta como um só para o técnico Rogério Ceni.
Perder Gabigol, principal goleador do time desde 2019, é ruim, evidentemente. Mas Pedro já deu incansáveis demonstrações de que o substitui a altura. Na lateral direita, é seguro afirmar que Isla vive seu pior momento desde a chegada ao rubro-negro. Assim, o retorno de Rodinei, após empréstimo ao Internacional, representa ao menos a troca de seis por meia dúzia.
O real desafio de Ceni, portanto, resume-se a encontrar alternativas para os jogadores mais criativos do time. Não se trata de tarefa fácil, tampouco inédita. A principal deficiência do banco rubro-negro há algum tempo é manter a articulação do meio quando Ribeiro e/ou Arrascaeta estão fora. Por isso Pepê, agora no Cuiabá, atuou tantas vezes na reta final da última temporada.
O caminho óbvio, com as peças disponíveis, é usar Vitinho no lugar do uruguaio: essa é uma boa notícia para o brasileiro, que rende melhor quando joga com liberdade pelo centro em vez de em qualquer uma das pontas. Já o lado direito, ocupado normalmente por Ribeiro, parece destinado a Michael. Mas Rogério Ceni tem razão quando pede reforços. Se o Flamengo já precisava de um meia reserva, a Copa América deixará essa necessidade ainda mais clara.
É injusto e errado que um clube seja penalizado por montar elencos de alto nível — seleção nenhuma deveria desfalcar o Flamengo. Mas também é verdade que as convocações poderiam ter machucado ainda mais o rubro-negro: Rodrigo Caio, chamado para as Eliminatórias, está fora da Copa América. Pedro e Gerson, que serviram à seleção olímpica, também poderão ser usados por Ceni nos próximos compromissos do Brasileirão e da Copa do Brasil.
Retirado de: O Globo