A diretoria do Flamengo, bicampeão brasileiro, tentou convencer os demais clubes, mas não recebeu apoio. A CBF trabalhou contra, pressionando eventuais apoiadores, lembrando que são compulsivos tomadores de adiantamento de cotas.
Sem conseguir paralisar o Brasileiro, durante a Copa América por bem, o clube de maior torcida no país entrou na justiça para que a competição nacional seja paralisada enquanto acontecer o torneio internacional por estar sem cinco jogadores. Gabigol e Everton Ribeiro estão na Seleção Brasileira. Arrascaeta serve ao Uruguai, Isla ao Chile e Piris da Motta ao Paraguai.
O principal argumento é que a CBF respeite o que fez em 2019, já que também com a Copa América, as partidas do Brasileirão não aconteceram. Primeiro, o pedido foi no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Mas a promessa da diretoria é lutar por seus direitos até o fim, podendo chegar na justiça comum.
— Os clubes não podem continuar a jogar suas chances nas competições e os milhões investidos pelo ralo para promover torneios da seleção. Precisamos repensar o futebol brasileiro. Há que se respeitar o regulamento das competições que prevê que a base de tudo é a isonomia. Não estamos sendo ouvidos pela CBF, o que nos fez pedir a intervenção da Justiça Desportiva. É a oportunidade que temos de rever certos conceitos. Não há como privar alguns clubes de seus melhores jogadores e outros não. Acreditamos que a Justiça será feita. Quem trabalha com verdade e com ética não pode deixar de buscar seus diretos. O regulamento precisa ser cumprido. Há que se ter igualdade de oportunidades entre os participantes e isonomia. Basta ler o regulamento, escreveu o vice-presidente flamenguista, Rodrigo Dunshee.
A dificuldade do time, diante do Coritiba, clube que está na Segunda Divisão, na vitória por 1 a 0, pela Copa do Brasil, só aumentou a disposição do Flamengo em parar o Brasileiro.
— A CBF precisa promover o equilíbrio das competições. A base da competição é a isonomia entre os concorrentes e isso está no artigo primeiro do regulamento. Somos a favor da seleção, mas com paralisação do campeonato. O mundo civilizado funciona assim. Não podemos prosseguir sacrificando as competições nacionais e os clubes para fazer frente às seleções. Não dá para retroceder. Por conta desse desequilíbrio, o Flamengo se socorreu ao STJD, para que, como em 2019, seja paralisado o Campeonato durante a Copa América, ressalta Abranches.
Só que a postura da CBF, com o apoio da Globo, é que o Brasileiro não pare. A grande diferença da Copa América de 2019 e a de 2021 está na transmissão. A parceira histórica da CBF, a Globo tinha a competição há dois anos. Desta vez, ela está nas mãos do SBT. A guerra de bastidores é forte. A Globo quer tirar as atenções do torneio da concorrente, e apela para a velha cumplicidade da CBF. Mas o Flamengo, apesar de gigante, está isolado…
Retirado de: Cosme Rimoli