A rusga entre Flamengo e Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ganhou mais um capítulo com a presença do atacante Pedro na lista para os Jogos Olímpicos de Tóquio. Em meio ao ininterrupto calendário e já com outros desfalques causados por convocações às seleções principais, o clube busca “se defender” de novas baixas no elenco comandado pelo técnico Rogério Ceni em momentos importantes na temporada e se vê envolvido em um embate.
O desencontro e farpas entre o Rubro-Negro e a entidade que gere o futebol brasileiro não chega a ser pauta nova. Até então, a página mais recente, inclusive, havia acontecido há apenas uma semana, quando Gabigol, que está com a seleção principal na Copa América, não se apresentou para o duelo com o Coritiba, pela Copa do Brasil, na capital paranaense.
O “não” do clube da Gávea à convocação de Pedro também faz parte do eco pela ausência do camisa 9. Sem Gabigol, o camisa 21 se torna a primeira opção para ser referência no ataque.
Enquanto isso, a comissão técnica vai buscando alternativas. Neste período sem o chileno Isla, o uruguaio Arrascaeta, Everton Ribeiro e Gabigol, o elenco foi posto à prova e alguns jovens ganharam espaço, passando a integrar o leque de opções. A classificação às oitavas de final da Copa do Brasil, com duas vitórias sobre o Coxa, e o triunfo em cima do América-MG, pelo Brasileiro, dão alicerce a algumas convicções, mas, ainda assim, a diretoria entende que as perdas são significativas.
Vitinho, Michael e Rodrigo Muniz foram alguns dos jogadores que, devido às ausências das estrelas”, tiveram mais tempo em campo. Além deles, os jovens Ryan Luka, Thiaguinho, Max e Yuri, crias do clube, pintaram entre entre os relacionados e viram uma brecha para mostrar serviço. A resposta positiva na experiência pode até render frutos em um futuro não muito distante, diante de tantas competições paralelas.
Além da questão técnica, os desfalques forçados causam incômodo também diante do alto investimento feito na montagem do grupo. O esforço na negociação pela permanência de Pedro, por exemplo, foi um dos pontos colocados à mesa no momento em que a diretoria passou ao jogador a decisão de não liberá-lo à Olimpíada.
Além disso, o desconforto ganhou reflexos ainda maiores pelo fato de o clube interpretar que a CBF “forçou a barra”, uma vez que havia sido avisada que o atacante não seria cedido. A questão fez até mesmo com que dirigentes da alta cúpula do clube se manifestassem em redes sociais, como foram os casos de Luiz Eduardo Baptista, o Bap, vice de relações externas, e Rodrigo Dunshee, vice jurídico.
Trégua?
Recentemente, Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, e Rogério Caboclo, então presidente da CBF e agora afastado do cargo, estiveram reunidos e alinharam a mudança do calendário do Flamengo em datas Fifa. Naquele momento, as instituições davam indícios de uma pequena trégua na desgastada relação.
A paz, porém, não durou muito. Sentindo-se prejudicado pelos desfalques causados pela Copa América, uma vez que o calendário do futebol brasileiro não parou durante a competição, o Rubro-Negro foi ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) para tentar paralisar a competição. O pedido, porém, foi indeferido.
Pedro ainda será desfalque
O atacante Pedro ainda não estará à disposição para o duelo com o Red Bull Bragantino, amanhã (19), pelo Brasileirão. Exames feitos ontem (17) apontaram negativo para Covid-19 e o jogador vai se reapresentar hoje (18) para iniciar treinos individualizados visando o recondicionamento físico para os jogos da próxima semana.
No meio do fogo cruzado entre Flamengo e CBF, o atacante fez uma postagem em rede social em que diz que “ser chamado para defender as cores da seleção brasileira é motivo de orgulho, satisfação”, além de agradecer ao Rubro-Negro “por proporcionar essa convocação”.
Ceni de volta
Recuperado de Covid-19, o técnico Rogério Ceni voltou aos trabalhos ontem (17) e comandou o treino. Na ausência do treinador, Maurício Souza, do sub-20, foi quem estave à beira do gramado.
Retirado de: UOL
