A partir desta quinta-feira, dia seguinte à vitória por 2 a 1 sobre o Fortaleza, Gerson é oficialmente página virada no Flamengo. Lamentada por torcedores e companheiros, a saída do Coringa marca o fim de uma passagem vencedora no Rubro-Negro e abre um questionamento na cabeça de Rogério Ceni: quem irá assumir a função tão bem desempenhada por ele nos últimos dois anos?
Sem dúvidas, substituir Gerson não é uma missão fácil. Peça-chave da equipe multicampeã do Flamengo, o atleta se estabeleceu como o melhor meio-campista do futebol brasileiro e ganhou destaque pela qualidade tanto na parte defensiva quanto ofensiva. Na coletiva após a partida no Maracanã, Ceni não poupou elogios ao camisa 8 e indicou a procura de uma solução para repor a sua ausência.
— É um jogador diferenciado, uma pessoa muito querida por todos, vide as homenagens que o clube fez, atletas, torcedores… É um cara nota 10, fácil de lidar no dia a dia, talentosíssimo. Vai pesar muito, porque além dos quatro jogadores com a seleção temos a saída de Gerson. Vamos ter que buscar uma solução de maneira parecida para minimizar essa ausência significativa.
Com o Flamengo atento ao mercado, mas sem ter feito nenhuma contratação, o treinador terá que achar uma solução caseira para substituir Gerson nas próximas semanas. Uma opção é Thiago Maia, que voltou a ser relacionado após sete meses, mas não entrou em campo contra o Fortaleza. Para Ceni, o retorno do volante é importante neste período, mas a torcida deve ter calma com o processo devido ao longo tempo afastado dos gramados.
— Muito importante (a volta de Thiago Maia). Não é um jogador para fazer a função do Gerson, porque ninguém joga tão bem de costas e girando como ele, é diferenciado. Mas o Thiago é um jogador que a diretoria insistiu após a lesão para ficar no Flamengo. Queria ter colocado no jogo, mas a lesão dele não é simples, é complexa. Ele vem treinado bem, mas em um jogo tão disputado e físico na parte final, achei melhor preservar para uma próxima oportunidade – disse Ceni, antes de finalizar:
— Conto muito com o Thiago. É um jogador que eu tenho como opção para usar nesta posição ou na função que o Gerson nos deixa hoje. Acredito muito nele, mas as pessoas têm que ter um pouco de calma, porque a lesão não foi simples. Ele ainda tem que pegar esse ritmo de jogo.
Outro tema presente na coletiva de imprensa de Rogério Ceni foi a possibilidade de Willian Arão retornar ao meio-campo. Sobre o assunto, o treinador fez questão de elogiá-lo como zagueiro, mas não descartou voltar a escalá-lo como volante. Neste caso, no entanto, a função de Gerson passaria a ser exercida por Diego.
— Não acredito que o Arão seja mais um improviso como zagueiro. Ele é o jogador com mais minutagem do Flamengo no ano e como zagueiro. Normalmente, quando você passa zerado, ele é muito elogiado. Quando sofremos gol, ele vira improvisado. Não deixa de ser uma possibilidade trazê-lo de volta para o meio-campo, mas para fazer a função do Gerson é impossível. São características distintas. Se colocar ele como primeiro volante e passar o Diego para frente, aí talvez possa ter alguma possibilidade.
Enquanto reforços não chegam, Rogério Ceni ainda tem outras opções caseiras para escalar na vaga de Gerson. A mais natural delas – que não demandaria tantas mudanças estruturais na equipe – é a entrada de João Gomes. O jovem, inclusive, já teve a missão de substituir o Coringa em algumas oportunidades no início desta temporada.
Com esse ponto de interrogação em mente, Rogério Ceni terá três dias para pensar na primeira escalação do Flamengo na “Era pós-Gerson”. O próximo compromisso do clube é no domingo, contra o Juventude, às 11h (de Brasília), no Alferdo Jaconi, pela 7ª rodada do Brasileirão.
Retirado de: Lance