A estrutura da Liga de clubes começa a ser desenhada e na reunião dos representantes dos times das Séries A e B, realizada na semana passada, houve direcionamento para a criação de um Conselho que administraria a entidade — formado por presidentes dos clubes. O formato será definido pelo estatuto, como quantos membros por divisão e tempo de mandato.
A parte operacional, entretanto, seria comandada por um executivo, a ser contratado e, claro, remunerado — é o modelo das principais ligas do mundo.
Há consenso entre a cartolagem que é necessário um CEO que trabalhe temas como negociação com fornecedores, arbitragem, questões comerciais e de marketing, entre outros pontos. Ainda não se sabe como seria a negociação dos direitos de transmissão, se coletiva ou individual, e se isso estaria sob a alçada do executivo.
Como mostrou o UOL Esporte, a reunião por videoconferência encaminhou que o novo bloco deve nascer como associação e não como empresa — o que não impediria que um profissional fosse contratado para tocar a parte operacional.
A definição de que a liga deve ser associação é direcionada por aspectos jurídicos da natureza dos clubes. Como a maioria compõe o sistema associativo, eles não podem se tornar sócios ou fazer adesão a uma sociedade empresarial.
O encontro da semana passada foi tenso. O presidente do Bahia, Guilherme Bellintani, e o presidente do Conselho Administrativo e CEO do Athletico-PR, Mario Celso Petraglia, bateram boca.
Segundo o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, Bellintanti disse que a reunião deveria ter sido presencial. Petraglia, então, disparou: “Se fosse presencial, tá tinha acabado porque eu teria metido a mão na sua cara”. Posteriormente, o dirigente do clube paranaense ainda disse que não aguentava mais “Euricos” do futebol, em uma referência ao ex-presidente do Vasco Eurico Miranda.
A queda de braço entre os dois se deu, como publicou o repórter Igor Siqueira no UOL Esporte, por discordâncias no processo de tomada de decisão envolvendo a liga. E os clubes ainda não estão discutindo nem a divisão das cotas de TV. A intenção é assinar o estatuto em agosto.
Retirado de: Blog do Marcel Rizzo – UOL