Mais uma vez Flamengo e Arrascaeta tentam ajustar os ponteiros para a renovação contratual. O cabo de guerra ainda em clima pacífico se dá pelo interesse em comum na manutenção do casamento, que tem dado certo desde 2019. E o jogo de paciência ainda beneficia as partes.
O jogador e seu empresário, Daniel Fonseca, querem permanecer no clube e no Rio, e não têm cartas na manga no mercado para pressionar o Flamengo. Havia a expectativa de que ofertas do mundo árabe chegassem, mas elas não vieram ainda.
O clube, por sua vez, age com tranquilidade respaldado por um contrato até o fim de 2023, mas sofre pressão do jogador, já que não teve aumento como de outros.
Tão ou mais decisivo que Gabigol e Bruno Henrique, Arrascaeta quer equiparar seus vencimentos aos da dupla, valorizada após a temporada 2019.
Patamar salarial
O uruguaio tem um custo mensal de pouco menos de R$ 1 milhão, mas gostaria que o valor na renovação fosse esse descontados os impostos, que beiram os 30%. O que o deixaria no mesmo patamar de Bruno Henrique e próximo do de Gabi.
Apesar de uma folha salarial inflacionada, de mais de R$ 20 milhões em vencimentos na carteira, o Flamengo não se opõe a valorizar o jogador. Já havia combinado isso.
No entanto, não tem pressa. E tem a justificativa do ano difícil por conta da pandemia, sobretudo pela falta de bilheteria, que gerou perda de R$ 150 milhões em receitas. Não à toa a ordem do dia segue sendo vender jogadores para manter o salário em dia.
Todo o cenário econômico, somado à boa fase da equipe, faz a diretoria agir com frieza e exercitar a paciência do jogador. Que, de forma inteligente, não força nada ainda. E nem pode.
Fato é que a chegada de mais reforços, mesmo sem custos imediatos, como Kenedy, vai tornar a folha salarial do Flamengo ainda mais inchada, e pode dificultar a renovação.
Entrave antigo
O clube ja deixou claro que não vai comprar agora os 25% dos direitos econômicos pertencentes ao Defensor, do Uruguai, pois Arrasca não cumpriu os minutos jogados previstos em contrato nos dois primeiros anos.
Na verdade, a quantia deverá ser repassada ao empresário Daniel Fonseca, que comprou a parte do Defensor logo após a negociação. E esperava que o Flamengo adquirisse o percentual no momento da renovação com o jogador. Vale lembrar que o clube da Gávea pagou R$ 63,7 milhões para comprar o uruguaio do Cruzeiro, em 2019.
Na ocasião, o Flamengo investiu 18 milhões de euros por 75% – 13 pelos 50% do Cruzeiro e 5 por 25% do Defensor. Hoje, só uma proposta na casa dos 25 milhões de euros, como aconteceu com Gerson, poderia acelerar a renovação ou a eventual saída.
Retirado de: O Globo