Receita, reforços, gestão… Veja detalhes do aporte do Flamengo a um clube da Europa

Rodolfo Landim em entrevista coletiva no Ninho do Urubu (Foto: Alexandre Vidal/Flamengo)

Dirigentes do Flamengo negociam a aquisição de um clube em Portugal por meio de dinheiro de investidores. O projeto é estruturado para a agremiação carioca ter uma fatia do negócio e obter receitas em euros. Mas há resistência dentro da própria diretoria rubro-negra, com cartolas que têm receio dessa ideia.

A notícia sobre a possibilidade de o Flamengo comprar um clube se espalhou na segunda-feira (16). O vice-presidente de Finanças rubro-negro, Rodrigo Tostes, estava em Portugal conversando com potenciais agremiações, entre elas o Clube Desportivo Tondella, integrante da Primeira Liga do país.

A ideia é montar uma holding no exterior que possa adquirir clubes que venham a ter a participação do Flamengo. Esse projeto é estruturado pela empresa “Win the Game”, que trabalha com iniciativas para negócios inovadores para esporte. É a empresa que levanta os recursos para a compra do clube com investidores.

O Flamengo, neste caso, entraria com a sua marca para ser associada ao clube português. Essa marca será avaliada pela consultoria Ernest & Young. A partir dessa avaliação, será atribuída ao Flamengo uma parte no clube. A estimativa inicial é de que o clube carioca ficaria com um percentual entre 20% e 30% da agremiação. Não haveria aportes por parte do time rubro-negro.

O preço do clube a ser comprado também depende do seu perfil. O Tondella está na primeira divisão de Portugal. Outras opções que estejam na segunda divisão seriam mais baratas.

Para o clube rubro-negro, o projeto teria o objetivo de gerar receita em euro, moeda forte em um momento problemático da economia brasileira. Isso ocorreria por meio de receitas tradicionais de um clube de futebol como direitos de televisão, venda de atletas e marketing. Haveria a possibilidade também de sinergias entre patrocinadores.

Jogadores da divisão de base do Flamengo, que não venham a ser aproveitados no time, poderiam ser deslocados ao clube português para revenda posterior com taxas de vitrine. Há uma avaliação entre dirigentes de que negociações de atletas na Europa têm acréscimo de 20% em relação a atletas que saem da América do Sul.

O objetivo não é transformar o clube em uma filial do Flamengo com as mesmas cores. Se algum negócio for concretizado, a agremiação manteria suas características originais até porque a proposta é ganhar a simpatia da torcida local. Funcionaria como a holding que o City espalha pelo mundo. Poderia, sim, haver uma terceira camisa rubro-negra.

Mas o negócio está longe de estar fechado. Até porque há questionamentos dentro da diretoria do Flamengo sobre a validade desta iniciativa. Há dúvidas sobre como o clube carioca seria dono de algo sem investir e como seria o uso da marca rubro-negra, que é o seu principal bem. Por isso, parte da diretoria do Flamengo considera bem embrionário o negócio.

Não está claro se esse tipo de iniciativa teria de ser levado para a aprovação do Conselho Deliberativo do Flamengo ou ficaria restrito a esferas como o Conselho Diretor. Portanto, é ainda projeto na mesa, com fundos levantados, mas com vários passos a serem dados antes de se concretizar.

Retirado de: UOL