Destaque do Flamengo na goleada fora de casa por 4 a 0 sobre o Grêmio, Vitinho encontrou seu melhor futebol sob o comando do técnico Renato Gaúcho. Autor de um gol e duas assistências pelo duelo de ida das quartas de final da Copa do Brasil, o jogador precisou enfrentar uma negociação tensa até chegar à Gávea por 10 milhões de euros, em 2018.
Sonho antigo do Flamengo, Vitinho recebeu a primeira sondagem da diretoria rubro-negra em 2016, assim que voltou ao CSKA-RUS depois de ficar um período emprestado ao Internacional.
“Gerou um interesse, mas os números eram altos e o clube tinha outros jogadores na mira, não aconteceu. Voltei ao CSKA muito bem e tive um rendimento muito alto. Um ano e meio depois, tiveram conversas muito perto do fim da janela de transferências. Foi algo muito intenso”, disse Vitinho, ao site da ESPN.
“Meu empresário me disse que o Flamengo estava interessado e tinha outra proposta muito boa de um clube da Europa. Quando ele falou que o Flamengo tinha interesse, falei: ‘Vamos dar prioridade ao Flamengo porque é o time do meu coração, fica no Rio de Janeiro, onde nasci e fui criado. Quando era criança, tive experiências maravilhosas com meu pai no Maracanã. Sempre tive esse sonho”, contou.
O problema é que o CSKA não queria liberá-lo tão facilmente para voltar ao Brasil.
“Foram dez dias muito intensos. Tivemos muitas brigas com os russos por causa da liberação e tive que me expor bastante, colocar esse desejo na mesa. Abri mão de muitas coisas para estar aqui. Foi uma coisa muito louca. A gente não comia nem dormia direito. No dia seguinte, tinha que realizar as tarefas com o clube, chegava lá e era discussão e stress de novo. Ligação o dia todo. Sofremos bastante para conquistar isso”, lembra.
Depois de tudo acertado, o CSKA colocou como última condição a participação de Vitinho na Supercopa da Rússia.
“Chegamos a um bom senso, e eles me liberaram para jogar. Fomos campeões e saí ainda com um final feliz, com medalha no peito. Deixando uma coisa boa para o clube. Foi positivo em todos os aspectos. Ajudar a conquistar e a botar meu nome na história junto com os meus companheiros valeu muito a pena”, contou.
Em três temporadas na Gávea, Vitinho venceu Campeonato Carioca (2019, 2020 e 2021), Libertadores (2019), Campeonato Brasileiro (2019, 2020), Supercopa do Brasil (2021) e Recopa Sul-americana (2020).
“Aqui foram coisas muito intensas, e sei como funciona o Flamengo nos momento bons e difíceis. Foi um momento muito abençoado. Batendo recordes atrás de recordes. O Flamengo não era campeão brasileiro desde 2009 e estava carente da Libertadores, que não vinha desde 81. Melhor impossível. No ano seguinte, mais um Brasileiro e vencemos os jogos de Recopa e Supercopa. Fomos privilegiados em estarmos nesse momento e vivermos isso. Temos muito a dar, estamos juntos esse tempo todo e isso facilita. Temos tudo para repetir esse feito novamente”.
Com o sonho de repetir as conquistas da “era Jorge Jesus”, o Flamengo ainda está na briga por três competições na temporada: Copa do Brasil, Libertadores e Brasileirão.
“O calendário dificulta muito porque são jogos a cada três dias e exige muito da parte física. Algumas equipes chegam mais leves que nós porque só estão em um torneio. Nosso elenco é muito bom, você pode fazer trocas e o time consegue manter o nível. É viver um jogo de cada vez e fazer o melhor para ser vitorioso e não perder a humildade. Temos potencial para chegar, mas temos que fazer um passo de cada vez. Temos chances de ir longe”, afirmou.
Na atual temporada, Vitinho jogou 40 partidas – são 12 gols e 9 assistências.
“Valeu a pena essa luta e hoje ter conquistado tudo que conquistei. Ainda tenho meus desejos pessoais a atingir e posso render muito mais. Ainda tenho bastante tempo para isso”, finalizou.
Retirado de: ESPN