A boa aceitação do Conselho de Administração do Flamengo após a apresentação do projeto de internacionalização da marca do clube, na última quinta-feira, aumentou o otimismo por um desfecho positivo.
Na apresentação, que agradou até mesmo a opositores, a diretoria mostrou os conceitos básicos do plano de assumir o controle de um clube na Europa – o Tondela é o clube com que tudo está mais encaminhado.
Durante a apresentação, o vice-presidente de Finanças do Flamengo, Rodrigo Tostes, optou por não citar nomes de clubes, mas revelou que conversou com cinco equipes de Portugal. O dirigente é o responsável por tocar o projeto diretamente.
O plano do Flamengo tem a expectativa de conseguir, com o novo clube, uma vaga na Liga dos Campeões entre sete e oito anos.
Estimativa para classificação a torneios europeus:
Conference League | 2 anos |
Liga Europa | 3 anos |
Liga dos Campeões | 7 a 8 anos |
Durante este eventual crescimento do novo clube, o Flamengo está de olho até mesmo na renegociação de direitos televisivos. O contrato atual da Liga Portuguesa se encerra em 2027/2028, e há expectativa de aproveitar esta janela para incrementar a receita, caso o projeto avance como esperado.
Em relação a usar o clube europeu como uma vitrine para jogadores, uma ideia é usar atletas da base sem espaço no elenco profissional do Flamengo. O mecanismo para isso seria emprestar estes nomes para o novo time.
Em caso de avanço no projeto, a diretoria estima que o Flamengo possa incrementar seu patrimônio em R$ 150 milhões. No plano, o clube entrará com sua marca, enquanto o dinheiro virá de investidores. O novo ativo rubro-negro, que poderá ser listado em futuros balanços, será decorrente da exploração de sua marca no novo time.
Um dos riscos do projeto, relatado na apresentação pela diretoria, é o Flamengo contrair dívida em euro. Isso, porém, precisaria ter aprovação dos conselhos do clube. Para participar de uma sociedade no exterior, será proposta uma emenda ao estatuto, que atualmente não trata diretamente da questão.
Negociação com o BTG
O próximo passo do projeto é conseguir assinar com um banco. O Flamengo tem conversas avançadas com o BTG Pactual e discute bases comerciais.
Dentro do projeto, a presença de um banco é uma forma de estruturar toda a operação. O BTG seria responsável por chancelar o plano de negócios, validando os cálculos e as projeções do plano, além de organizar o mix de investidores, caso haja demanda. Por fim, caberá ao banco liquidar a operação para que os investidores adquiram uma parcela da sociedade da empresa a ser formada no exterior.
De acordo com investidores que já tiveram contato com o clube, a ideia é levantar 50 milhões de euros (cerca de R$ 307 milhões).
— Ficamos muito satisfeitos com a receptividade do Conselho de Administração sobre o conceito do projeto. Foi unânime que é um caminho ótimo para o Flamengo. Agora nosso foco é contratar um banco e captar investidores. Sem os investidores, não podemos dar o próximo passo – disse Tostes ao ge.
Retirado de: Globo Esporte