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Ideia de suspender rodada ameaça o já caótico calendário da CBF

A articulação dos clubes para não entrar em campo na próxima rodada do Brasileirão — além de uma resposta ao Flamengo e ao STJD por causa da manutenção da liminar que permite público nos jogos do rubro-negro — coloca na mira o já bagunçado calendário da CBF.

Às vésperas da 21ª rodada, só nove dos 20 participantes da Série A completaram os 20 jogos que deveriam fazer até o momento. Para os demais, há defasagem de uma a três partidas, como é o caso do próprio Fla, exemplo mais extremo de calendário apertado.

No mês passado, a CBF adiou partidas de clubes que cederam jogadores à seleção, o que envolveu não só a Série A, mas também a Copa do Brasil — cujos dois jogos da final foram parar em 8 e 12 de dezembro, período inicialmente destinado às férias.

Mas os clubes agora querem mostrar união e força diante dos desejos do Flamengo — que tem respaldo da Justiça Desportiva. Os dirigentes admitem que essa é uma medida extrema, mas entendem que precisam fazer valer a decisão tomada no dia 8, em reunião do conselho técnico da qual participaram 19 clubes e que teve unanimidade a respeito dessa proposta. O Flamengo foi o único ausente.

A articulação coloca uma pressão sobre a CBF, especificamente em cima do diretor de competições, Manoel Flores. Ele precisa equilibrar os interesses dos clubes, da CBF e ainda faz a interface com a Globo e a Turner, detentoras dos direitos de transmissão do Brasileirão. Os 19 clubes enxergam soberania do conselho técnico, como forma de mostrar que eles estão no centro da questão e não o Flamengo, de forma isolada, ou mesmo as emissoras.

Ontem (14), o tema fervilhou nos bastidores e hoje a tendência é que o assunto continue em pauta.

No dia do conselho técnico, a CBF citou o pleito para adiamento da rodada, caso o Fla ou outro clube se valesse da liminar para colocar torcida no estádio. A entidade disse que iria “analisar juridicamente a questão, uma vez que interfere na esfera de direito de terceiros adquirentes de propriedades comerciais da competição”.

Até o fim do ano, só há uma data para “escape” dos jogos acumulados: 3 de novembro. E mais: há duas datas Fifa pela frente, em outubro e novembro. Não há previsão de pausa no calendário para elas. Para encaixar jogos atrasados, a CBF fica esperando quem vai ser eliminado dos torneios mata-mata para conseguir viabilizar o jogo.

A Federação Nacional de Atletas Profissionais de Futebol (Fenapaf) participou do conselho técnico e, segundo o seu presidente, Felipe Augusto Leite, entende “que os protocolos adotados permitem a volta paulatina do público”. Mas a Fenapaf já teve disputas judiciais com a CBF para assegurar um intervalo mínimo de 66 horas entre as partidas. No Brasileirão 2020, as duas entidades fecharam um acordo para que o hiato pudesse ser de 48 horas.

Para quem chegar longe na Libertadores e na Copa do Brasil, essa parece a solução para terminar o Brasileirão 2021 a tempo, ainda mais se os clubes concretizarem a suspensão da rodada.

O Flamengo observa tudo, amparado pelo STJD, em que pese o desgaste inevitável no campo político com os pares. Na hipótese de só ele entrar em campo, teria um caminho aberto para conquistar o terceiro título brasileiro consecutivo, mas agora por W.O.

Uma nova reunião do conselho técnico da Série A com a CBF está marcada para 28 de setembro. Nela, a ideia é avaliar o cenário de liberação do público em todas as cidades. Pelo acordado, só se houver permissão em todas elas é que as partidas terão torcida novamente.

Retirado de: UOL

Equipe Gávea News

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  • Veja que é APENAS uma queda de braço que os demais clubes da série A querem mostrar quem manda.
    Na série B faz tempo que o cruzeiro tem a liminar para jogar com publico. Vila e Goiás tb já conseguiram liminar para voltar; acho que o Confiança tb; ou seja, estão tentando voltar.
    Pq o Atlético de Goiás não busca voltar tb? Pq o Flu não quer voltar?
    O atlético mineiro tb já pode contar com público.
    Nas principais ligas da Europa (que tanto gostam de elogiar) ocorreram jogos de times que não puderam contar com publico em casa e visitaram rivais com publico; em inúmeras cidades existem diferentes percentuais de liberação (10% a 100%, o que não assegura a isonomia plena), inclusive na EURO; mas não ocorreu essa bobagem de só voltar quando todos estiverem na mesma situação (a pandemia trouxe uma nova realidade e isso tem que ser levado em conta, ou, aceitar que só teremos publico em 2023, 2024...).
    A questão de isonomia eh só desculpa. A questão é pq eh o Fla.
    O Flu não quer jogar com público para mostra que é "diferente" do Fla. O Flu que já subiu de série sem disputar em campo nunca falou que isso foi falta de isonomia;
    O palmeiras foi ao STJD para ter torcida única em são Paulo, mesmo tendo direito a ter no torcida no maracanã contra o Fla (e ganhou);
    O corinthians foi campeão em 2017 sem pagar salários aos jogadores, caracterizando doping financeiro e ainda teve um estádio financiado com dinheiro publico pq o presidente do país torcia para o time; etc. Etc. Etc.

  • O objetivo é apenas um:
    Quebrar a hegemonia do Flamengo, que nada a braçadas largas para ganhar tudo.
    Infelizmente no Brasil, impera essa cultura nefasta de organizações de Carteis e estruturações corruptas. Aí, quando alguma administração da coisa pública e ou de usufrutos pública trabalha de forma austera, com isenção à essas manobras, essa é perseguida.
    É aquela velha filosofia:
    ( Se deixarmos esse cara trabalhar certo, nunca mais a gente ganha nada ).

  • Imaginem se apenas o Cuiabá e a Chapecoense estivessem impossibilitados de mandar seus jogos com público, os outros 18 clubes da primeira divisão seriam “solidários” com estes dois?
    É tanta hipocrisia que dá ânsia de vômito.🤢🤢🤢🤢🤮

  • Isso aí é um movimento de clubes paulistas, que dentro de campo são rivais, mas fora de campo se unem em prol dos interesses deles. Aposto que se o Governador de SP e o Prefeito da cidade deles liberassem público, eles estariam com o discurso diferente. Cambada de hipócritas.

  • Falam tanto de equidade, mas pensem uma coisa: na primeira metade do campeonato BR não teve torcida, se for pensar assim a segunda parte tbm não deve ter. Porque quem mandou o primeiro jogo sem torcida vai jogar o segundo como visitante com.

    Libera a torcida logo, esses times ficam de mimimi porque é o Flamengo.

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