O Flamengo nunca escondeu estar atento às oportunidades no mercado da bola e repete uma cautelosa estratégia para, quem sabe, ter sucesso com mais um nome de peso: Daniel Alves. O lateral-direito está livre desde a rescisão com o São Paulo, concretizada na noite da última quinta-feira, e o Rubro-Negro observa as movimentações para avaliar as possibilidades.
Recentemente, o clube da Gávea aplicou tática semelhante com o zagueiro David Luiz, que acabou anunciado há uma semana como reforço para o elenco comandado por Renato Gaúcho. Com um currículo imponente, ele chegou para se tornar um dos grandes nomes do grupo, e para um setor que indicava necessidades.
Com currículo ainda mais pesado, Daniel Alves, por sua vez, acaba inserido em um cenário diferente. Primeiro que, caso decida seguir no futebol nacional, ele precisaria tomar uma decisão rápida, já que as inscrições no Brasileirão se encerram no dia 24 de setembro, próxima sexta-feira.
Além disso, o Fla tem hoje em seu elenco três opções que julga confiáveis para a ala direita, com o chileno Isla como titular, além do emergente Matheuzinho e de Rodinei. Talvez, até por isso, a possibilidade de um acerto com o ex-são paulino divida opiniões nas redes sociais — diferentemente do que ocorreu com David Luiz, quando houve até campanha para a contratação.
Enquanto isso, a cúpula tem o nome do campeão olímpico em Tóquio no radar e analisa alguns pontos para saber quais podem ser os próximos passos. Como o UOL Esporte publicou ontem (17), Daniel Alves, até aqui, recebeu pelo menos seis contatos de mercado, sendo quatro de clubes brasileiros e dois do exterior.
A ideia do jogador é se manter na “primeira prateleira” do futebol para permanecer em evidência e na briga por uma vaga na lista de convocados para a Copa do Mundo do ano que vem. Neste planejamento, permanecer no país é visto com bons olhos.
Restrições para serem contornadas
Ao mesmo tempo, os vencimentos dos tempos de São Paulo não se encaixam no atual escopo do clube carioca e teriam de sofrer algumas modificações para que as conversas possam avançar. Vale lembrar ainda que Daniel Alves só poderá atuar no Campeonato Brasileiro, o que também é colocado na balança.
“O Flamengo não tem nada a ver com o problema do São Paulo com o Daniel Alves. E o Flamengo está sempre atento ao mercado e às oportunidades do mercado. Sempre digo isso, o que não quer dizer absolutamente nada em relação ao Daniel Alves. É o que posso falar”, disse Marcos Braz, durante a apresentação de David Luiz, no último dia 13.
“Não vou deixar expectativa em relação à contratação. Uma coisa é oportunidade de qualificar o elenco. Outra é ir atrás no mercado. Os jogadores que queríamos, fomos atrás e conseguimos. Kenedy, Andreas e, agora, o David Luiz. Vamos ver se os três, de fato, qualificam o elenco no sentido de conseguirmos os resultados que a torcida deseja”, completou o dirigente.
Muitos torcedores, porém, lembraram que Braz chegou a apontar que David Luiz no Rubro-Negro era “pouco provável”.
O presidente Rodolfo Landim, que não costuma entrar nos assuntos relacionados ao futebol de maneira pública, comentou sobre Daniel Alves em recente entrevista à TV Record.
“Nenhum time do mundo deixaria de ter interesse em um jogador tão qualificado como o Daniel [Alves]. Eu, particularmente, tive a oportunidade de conhecer o Daniel, que é uma figura sensacional. Em 2019, fui convidado para ser o chefe da delegação do Brasil na Copa América, e ali tive um convívio com ele. Tem um perfil de profissional muito bacana. É um vencedor, um cara que luta… Mas tenho acompanhado, Daniel ainda está conversando com o São Paulo, tentando resolver os problemas lá. A gente espera que tudo dê certo para ele nestas negociações que ele está tendo lá”, disse, na ocasião.
Curiosamente, Daniel Alves aparece no radar meses após o Rubro-Negro desistir da contratação de outro célebre lateral-direito egresso do futebol europeu e de elevador valor de mercado: Rafinha. À época, houve um desacerto entre o que o departamento de futebol se propôs a pagar e o que o departamento financeiro entendia como viável, e Rafinha viu as portas do Ninho do Urubu se fecharem, acertando com o Grêmio.
Posteriormente, o jogador negou que a parte financeira tenha sido o principal fator para que o Fla desistisse da negociação, e se disse vítima de uma “guerra política”.
Retirado de: UOL