Em busca do tricampeonato nacional, o Flamengo volta a colocar à prova a força de seu elenco e encara hoje (6) o Red Bull Bragantino, às 20h30, no Nabi Abi Chedid, pelo Brasileiro, em meio aos desfalques provocados peças Eliminatórias e um ambiente de animosidade com a CBF.
Ao voltar atrás da promessa de adiar partidas quando houvesse jogos das seleções pelas Eliminatórias à Copa de 2022, o Fla viu no recuo um sinal claro de embate com a entidade e os outros clubes. Isolado de um lado do campo de batalha, os rubro-negros encaram em Bragança Paulista um desafio dos mais duros na tabela e não poderá contar com Isla, Arrascaeta, Everton Ribeiro e Gabigol (todos convocados). A 11 pontos do líder Atlético-MG e com dois jogos a menos, os rubro-negros sabem que o sonho do título passa pelo duelo, mas têm a dimensão da dificuldade.
A cúpula do clube se manteve em silêncio enquanto conversava com a direção da CBF e tentava alongar o calendário, mas a mudança de rumo no que estava acordado foi a gota d’água na Gávea. Revoltados, os dirigentes viram na medida uma traição e não deixaram barato.
“Adiar os jogos foi acordado com a CBF, e a gente soube que voltaram atrás da decisão, o que causou uma profunda indignação. É realmente inaceitável com uma condição que temos no Brasil, com um calendário apertado, a gente se dar ao luxo de não parar o campeonato”, disse o presidente Rodolfo Landim, que foi adiante:
“Fica parecendo que pode ser uma retaliação ao clube. Não da CBF com a qual a gente tem conversado, mas com uma CBF que a gente não consegue enxergar, no sentido de atuar contra todos aqueles que elevam a voz para melhorar o futebol brasileiro.”
A insatisfação rubro-negra é medida pelos números. Desde o início da temporada, o clube já cedeu oito jogadores e há casos em que as baixas provocadas pelo período com as equipes nacionais e lesões decorrentes de jogos classificatórios para a Copa de 2022 e da Copa América fazem com que jogadores cheguem a desfalcar o Rubro-Negro por até 68 dias.
Arrascaeta, figurinha carimbada da seleção uruguaia, não pode jogar em 13 jogos do time carioca. A serviço da Celeste por 52 dias, o jogador não esteve em campo pelo Fla em 13 ocasiões: dez pelo Brasileirão, duas na Copa do Brasil e uma pela Libertadores. Esta ausência foi ampliada ainda mais por conta dos 16 dias que o atleta ficou longe dos gramados para se recuperar de alguma lesão constatada em jogos até 66 horas após em seu retorno.
Para dificultar ainda mais a vida do técnico Renato Gaúcho, Rodrigo Caio, Pedro, Piris da Motta e Gerson (hoje no Olympique) já foram baixas na caminhada de um clube que sonha com a possibilidade de levantar as três taças em disputa.
“O Atlético se beneficia pelos pontos e por atuar em duas competições, então, o desgaste é menor. A vantagem é toda dos adversários. Mas temos um grupo e vamos em frente”, afirmou o treinador.
No interior paulista, Renato pode ter uma baixa das mais importantes além do quarteto dos selecionáveis. Com dores na coxa, Bruno Henrique não treinou ontem (5) e sua presença em campo é incerta. Lesionados, Diego e Gustavo Henrique sequer foram relacionados e ficaram no Rio de Janeiro. Em tempos de lutas dentro e fora de campo, o Flamengo espera ter todas as armas disponíveis à disposição.
Retirado de: UOL