Treinador do Flamengo, Renato massacra o VAR

Renato Gaúcho em jogo do Flamengo contra o Athletico pelas semifinais da Copa do Brasil 2021 (Foto: Alexandre Vidal/Flamengo)

O empate do Flamengo contra o Athletico, num dos três jogos atrasados que o Rubro-Negro carioca tem a cumprir – este da 4ª rodada -, foi frustrante para o time de Renato Gaúcho. Os cariocas abriram 2 a 0 e venciam até os acréscimos o adversário na Arena da Baixada.

Com dois gols de Gabigol, um de Renato Kayzer, que teve expulsão anulada após revisão do VAR, e outro de Bissoli, o resultado de 2 a 2 deixou o Flamengo com 50 pontos. A nove do Galo, que tem 59 e ainda tem um jogo a mais. Os mineiros jogam nesta quarta-feira, em Belo Horizonte, contra o Grêmio.

O técnico Renato Gaúcho criticou a decisão da arbitragem por anular a expulsão de Renato Kayzer.

— Se eu falar aqui da arbitragem tem duas coisas. Uma que eu não gosto de falar de arbitragem. Outra que as pessoas vão falar que é desculpa. Mas, hoje, a arbitragem passou dos limites. No lance do Kayzer, ele deveria ter sido expulso. Foi uma agressão por cima e por baixo. Tanto é que o juiz o expulsou na hora. E mais uma vez o VAR entrou em ação. Quando eu falo que o VAR apita o jogo, ninguém acredita. Aí tinha que fazer essa pergunta para o árbitro de vídeo. E ao mesmo tempo o do jogo. Mas eles não dão entrevistas. Eles vão embora. Na próxima rodada eles vão estar trabalhando de novo. Nós, que trabalhamos arduamente para buscar o resultado, somos os criticados – comentou o treinador, que citou o chefe de arbitragem da CBF e seguiu o desabafo.

— A pergunta que eu gostaria de fazer para o Gaciba e para os árbitros: no próximo jogo meu jogador pode dar soco então? Vai poder agredir? Mas pode olhar no VAR, não sangrou, não quebrou os dentes do adversário. O que precisa fazer para ser expulso? Esta é a pergunta que precisa ser feita para a arbitragem. Essas perguntas têm que ser feitas para o Gaciba. Não é possível. Está aí o lance: agressão. Por muito menos o jogador tem que ser expulso. E o jogador que foi expulso e voltou foi o que fez o primeiro gol. E fica por isso mesmo. Chegamos ao ponto do VAR não deixar um jogador que agrediu ser expulso. Mas, amanhã, os entendidos vão falar que estou dando desculpa. E esses mesmos se amanhã ou depois um jogador meu agredir um adversário, por muito menos, forem expulsos, vão dizer que foi justamente.

— O futebol brasileiro ou ele muda ou está acabando. Eu sempre fui a favor do VAR. O VAR é uma ferramenta que é impossível de você errar. Para você ver como as pessoas que estão trabalhando no VAR são incompetentes. Porque não é possível você ter todo lance, de todos os ângulos e conseguir errado. E não falo só do jogo do Flamengo. Ou se muda isso ou o árbitro vai continuar errando. Eu gostaria de saber do árbitro de vídeo hoje, se tiver uma agressão como essa, se ele não vai expulsar o jogador. Gostaria de saber isso. Já que chegamos ao ponto de termos agressões permitidas no futebol. O que eu vou fazer? Nadar contra a maré, dar soco em ponta de faca. Eu sou um treinador, eu tenho que treinar minha equipe. Mas está demais. Mas hoje foi demais. Sinceramente. Se eu visse esse lance em qualquer partida, eu nem teria que ir no VAR. Eu expulsaria na hora. E ele vai no VAR e volta atrás. Então, agora pode ter agressão no futebol. Se não quebrar e não sangrar nada, segue o jogo. Pelo menos foi o recado que mandaram hoje – disse Renato Gaúcho.

Mesmo frustrado com o resultado, Renato não jogou a tolha na disputa do título brasileiro.

Enquanto houver chances o Flamengo vai brigar. De hoje para amanhã diminuímos mais um ponto para o Atlético. Amanhã o Atlético tem o jogo dele. Depois temos nossos jogos atrasados e ainda tem muita coisa para acontecer. Eu continuo acreditando muito no Brasileiro da mesma forma que o meu time está acreditando – avisou Renato.

O treinador rebateu as críticas sobre suposta mudança de postura do time na segunda etapa.

— A equipe voltou a mesma para o segundo tempo. O problema é que o adversário começou a pressionar bastante, a empurrar nosso time lá para trás. E acontece no futebol. Não é só com o Flamengo, não. O adversário vem para o tudo ou nada e começa a lançar bolas longas. Você tem que se proteger e sair rápido, principalmente quando estiver com a bola. Tentamos isso algumas vezes, infelizmente não foi possível. Seguimos tomando pressão e, infelizmente, tomamos o gol.

Retirado de: Globo Esporte