O sucesso do Flamengo comandado por Jorge Jesus em 2019, com os títulos do Brasileirão e da Libertadores, além de um futebol de imposição, elevou o patamar de cobrança do torcedor pela forma como atua o clube, inclusive nas análises em relação ao título brasileiro de 2020, sob o comando de Rogério Ceni.
No podcast Posse de Bola #187, Mauro Cezar Pereira chama a atenção para a forma como o Flamengo passou a ser cobrado sempre por um futebol de nível superior, mirando o desempenho que conseguiu em 2019, mas o mesmo não acontece com o futebol brasileiro em geral.
— O ciclo do Flamengo é sim vitorioso, porque é o único clube que ganhou um Campeonato Brasileiro que sempre é colocado em discussão, como se fosse, ‘ah não foi tão bom como em 2019’. O Flamengo estabeleceu um padrão de qualidade em 2019 que só ele tem que cumprir, por que nós não cobramos dos outros times que também se esforcem para jogar aquela bola ou para se aproximarem daquilo?, questiona Mauro.
— Não, o Flamengo de 2020 ‘ah não foi tão bom’, foi campeão brasileiro, foram dois títulos brasileiros, duas finais de Libertadores, um título da Libertadores, ganhou a Supercopa e vai jogar mais uma, ganhou os títulos estaduais, o Flamengo ganhou mais de 10, 12 taças nesse período, é um ciclo vitorioso como o Atlético-MG tenta inicia um e o Palmeiras tem o dele há algum tempo, completa.
Para o jornalista, os treinadores do futebol brasileiro deveriam ser cobrados para que seus clubes apresentassem um futebol de alto nível, lembrando que o português Jorge Jesus não era um treinador de primeiro escalão europeu.
— O título de 2019 não traz cobrança para o futebol brasileiro em geral, traz cobranças para o Flamengo e deveria ser para o futebol brasileiro. Por que os técnicos brasileiros não são desafiados a fazer aquilo que o Flamengo fez com o técnico português em 2019?, questiona.
— A qualidade do jogo, a imposição sobre os adversários, a maneira como ele vencia muitos jogos e que todo mundo ficava boquiaberto, sendo que nem é um técnico do primeiro escalão europeu, o que escancara ainda mais o nosso atraso, o quão pobre é o nosso jogo, conclui.
Retirado de: UOL