Flamengo desligou todos os funcionários da comissão técnica que estava no clube em 2021

Comissão técnica de Paulo Sousa, comandante do Flamengo (Foto: Marcelo Cortes/Flamengo)

Filme repetido no Flamengo: chega uma comissão técnica estrangeira, sai todo mundo da comissão técnica da casa. Depois da experiência com Jorge Jesus, o departamento de futebol aproveitou a chegada de Paulo Sousa para fazer a limpa e completou nesta terça-feira 10 mudanças entre profissionais que trabalham direto com o elenco principal.

O cenário repete os questionamentos de “falta de legado” após ida de Jorge Jesus para o Benfica. O curioso é que dessa vez a reformulação é ainda mais brusca. Com as saídas do preparador de goleiros, Wagner Miranda, e do preparador físico Betinho, ninguém que conviveu com o Mister em 2019 e 2020 permanece no clube para trabalhos de campo.

Os dois foram os únicos “intrusos” brasileiros no trabalho do Mister. Wagner foi demitido ainda em dezembro, e Betinho remanejado para a base na manhã desta terça-feira. Ao contrário do que aconteceu com Jesus, porém, desta vez as mudanças não são 100% responsabilidade de Paulo Sousa.

Há peças que foram movidas por falta de retorno no dia a dia, outras ficaram no meio do embate entre o vice de futebol, Marcos Braz, e o chefe do departamento médico, Márcio Tannure. É o caso de Betinho.

Ainda no ano passado, Tannure indicou o nome do preparador físico para lista de mudanças, e Marcos Braz tomou frente dizendo que o profissional não seria impactado. Tempos depois, a decisão do vice de futebol foi revogada.

Outro impactado e próximo a Braz é Alexandre Sanz. O também preparador físico é outro que foi deslocado para as categorias de base. Membro da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), ele não foi demitido por questões trabalhistas, mas não está mais entre os profissionais.

No guarda-chuva do departamento comandado por Tannure, o médico Mauro Fonseca, que alternava presença na base e no profissional, desceu definitivamente para o Sub20, enquanto Diogo Paiva, fisioterapeuta do Sub20, foi demitido. Já o preparador físico Rafael Winicki estava no alvo, se antecipou e pediu demissão.

Alvo de muitas críticas ao longo de 2021, o departamento médico foi o menos impactado neste início de temporada. Márcio Tannure e o fisioterapeuta Mário Peixoto, inclusive, são raros remanescentes da época de Jorge Jesus.

Outras mudanças do departamento foram as demissões de Maurício Souza, auxiliar técnico e que comandava o time alternativo, e Marcelo Salles, o Fera, ainda em 2021. O profissional foi o primeiro a deixar o clube por ter chegado junto com Renato Gaúcho, apesar de não ter sido indicação do treinador.

Por fim, a limpa chegou ao departamento de análise de desempenho, mas também por profissionais que se anteciparam aos cortes e aceitaram propostas de fora. Cadu Furtado foi para o Cruzeiro e Sandro Gomes foi ser auxiliar de Zé Ricardo no Vasco.

Com uma comissão técnica composta por sete profissionais, a chegada de Paulo Sousa naturalmente indicaria trocas no futebol do Flamengo. Thiago Eller, auxiliar de preparador de goleiros, fica como único brasileiro no trabalho de campo.

A forma como as mudanças foram feitas, por sua vez, indicam fatores que vão além das escolhas do português e não foram das mais pacíficas.

Mudanças na comissão em 2022

  • Wagner Miranda (Preparador de goleiros) – Demitido
  • Alexandre Sanz (preparador físico) – Remanejado para base
  • Betinho (Preparador físico) – Remanejado para base
  • Rafael Winick (Preparador físico) – Alegou pedido de demissão
  • Mauro França (médico) – Remanejado para base
  • Diogo Paiva (fisioterapeuta base) – Demitido
  • Maurício Souza (auxiliar técnico) – Demitido
  • Marcelo Salles (auxiliar técnico) – Demitido
  • Cadu Furtado (analista de desempenho) – Saiu para o Cruzeiro
  • Sandro (analista de desempenho) – Saiu para o Vasco

Retirado de: Globo Esporte