CEO do Maracanã fala sobre novo gramado do estádio

Interior do Maracanã após a reforma do gramado (Foto: Reprodução/Maracanã)

As frequentes reclamações sobre o gramado do Maracanã estão prestes a se tornar coisa do passado. Pelo menos é o que espera a administração do estádio após a reforma de três meses e a instalação do gramado híbrido, que chega ao fim nesta semana. No sábado, o Flamengo volta ao palco para encarar o Bangu, e o Fluminense reestreia na semifinal do Carioca, no dia 19 ou 20 – o adversário será o Vasco ou o Botafogo.

Com respaldo da dupla Fla-Flu, a opção pelo gramado híbrido, com 90% de grama natural e 10% sintético, se deu justamente pelas condições ruins que o estádio apresentou em algumas partidas do ano passado. A tecnologia escolhida é uma das melhores da atualidade, de acordo com o CEO do Maracanã, Severiano Braga, e a expectativa é que suporte os cerca de 70 jogos da temporada.

— A gente viu que teria que fazer uma coisa mais drástica, uma intervenção mais pesada. Hoje, o que a gente tem é o que tem de melhor. Existem outras tecnologias, mas essa que a gente está usando aqui é a melhor, está entre as melhores – disse Severiano Braga.

Um dos diferenciais do novo gramado é o fato de ser plantado no próprio Maracanã. Antes, a grama era cultivada em outro local e chegava ao estádio em rolos. No entanto, era necessário acrescentar uma camada de argila para manter o formato de “rocambole”, o que dificultava a chegada de água e nutrientes até a raiz e causava uma deficiência de nutrição.

— Quando você planta (direto no estádio), ele está limpo, a gente colocou uma areia com granulometria correta, e a grama é plantada. Então, o gramado é melhor, ele resiste muito mais – disse.

A fibra sintética entra como um reforço ao gramado plantado. A empresa contratada realizou em trabalho em locais como o Estádio Lusail, que vai receber a final da Copa do Catar. A manutenção permanece a mesma, mas o CEO explicou que a administração adquiriu mais duas máquinas com corte diferenciado e uma escova que passa a “pentear” a fibra.

Para adotar a prática, houve consultas na Europa e ao River Plate, que adota um tipo de grama parecido com a “Bermuda”, usada no Maracanã. E as novidades não param por aí. O estádio promoveu a alteração da “moldura” do gramado, antes na cor azul, para um gramado sintético com um sistema de amortecimento que já era utilizado nos vestiários, com uma superfície similar ao campo.

Além disso, outra mudança veio a partir dos pedidos dos torcedores. A administração resolveu retornar à rede véu de noiva por conta dos comentários dos internautas nas redes sociais.

— Enquanto a gente estava fazendo a nossa obra, a gente estava sempre postando a evolução dos trabalhos. E a gente estava vendo os comentários. A gente entendeu que aquela nostalgia, que todo mundo fala do Maracanã, a gente tinha que dar a nossa contribuição. E aí a gente resolveu trazer o véu de noiva. Na hora que a gente colocou nas nossas redes sociais, saiu uma aceitação fantástica.

CEO explica primeiro jogo do novo gramado

Nas redes sociais, alguns torcedores criticaram o fato de o estádio receber Bangu x Flamengo, pelo Campeonato Carioca, em vez de Fluminense x Olimpia, pela Libertadores, em seu primeiro jogo após a reforma do gramado. As fibras sintéticas terminaram de ser costuradas no dia 1º de março, e o prazo para entrega do gramado era de 10 a 15 dias.

— Os clubes já sabiam que nessa época do ano não poderiam usar o estádio. O Fluminense tinha que informar a Conmebol qual que é o local de jogo com antecedência, isso envolve a Conmebol, a CBF, a Ferj e os clubes. Ele não pode simplesmente falar: “hoje eu vou jogar”.

— Quando a gente fez o término da costura, eu passei outros cinco ou seis dias fazendo testes, porque a empresa que fez a fibra tinha que garantir que o que eu comprei estava entregue. Tinha que fazer todos os testes pra poder na hora falar: agora, sim, posso entregar pros clubes um campo de jogo. Então, a questão é o tempo e todos os protocolos que tem que seguir.

Retirado de: Globo Esporte