Em meio a tantos nomes famosos e consagrados no meio-campo e no ataque, uma dupla oriunda da base rubro-negra vem mostrando dentro do gramado todas as condições de ganhar ainda mais espaço no time ao longo de 2022. João Gomes e Lázaro são as melhores opções para duas funções específicas da equipe atualmente.
Na estrutura montada pelo técnico português, o Flamengo ataca com um trio na primeira linha de construção – um deles é o lateral-esquerdo -, tem dois volantes centrais mais a frente, espeta o lateral-direito em amplitude no campo de ataque e tem um atacante fazendo o mesmo papel pela esquerda. E na frente, um trio. Um homem mais central e adiantado, e dois meias ou atacantes com liberdade de movimentação um pouco mais atrás.
Já no momento defensivo, o time se posta com duas linhas de quatro e dois homens dão o combate mais adiantados. Filipe Luís defende como lateral pela esquerda. Rodinei ou Matheuzinho recuam como laterais pela direita, e um dos meias por trás do centroavante, retorna para fechar o lado direito da linha de meio-campo.
Paulo Sousa precisa de pelo menos um volante com capacidade de ocupar uma faixa mais extensa do gramado. Ao mesmo tempo que será importante nas transições defensivas e ofensivas, auxiliará na circulação da bola e na movimentação para gerar volume na frente. João Gomes tem cumprido este papel com mais qualidade do que Andreas Pereira, Diego e Thiago Maia.
Pelo lado esquerdo do ataque, a função é dar ”largura” ao time no setor, esperar a bola chegar bem aberto, acelerar, buscar o fundo ou a área em diagonal com a pelota dominada. Sem a bola, retornar fechando o lado esquerdo do meio-campo. Lázaro mostrou-se mais eficiente que Everton Ribeiro por ali.
A ascensão de dois jovens buscando o espaço no time profissional é muito benéfica em um aspecto já abordado pelo treinador. Como grande parte do grupo de jogadores do Flamengo conquistou títulos importantes recentemente pelo clube, há relaxamento e desconcentração com certa frequência nos jogos. Lázaro e João não contribuem para este padrão.
Obviamente que não serão titulares em todos os jogos. Já ficou nítido que Paulo Sousa repetirá algo já feito em outros trabalhos. Não terá um time necessariamente titular. Escolherá a equipe que iniciará os jogos dentro de um grupo principal de 15 atletas, de acordo com o momento de cada um deles e a estratégia voltada para o rival.
Pela idade acabam pecando por precipitação em alguns momentos, algo natural. João oscila menos. Vive a sua terceira temporada como profissional. Foi bastante utilizado por Rogério Ceni, perdeu espaço com Renato Gaúcho, mas recupera agora o protagonismo. Tem muita personalidade, e alia bem as partes física e técnica.
Lázaro enfim vive sua temporada de maior espaço nos profissionais. Foi um destaque absoluto na base, teve participações importantes na Seleção, mas não ganhou muitas chances com Rogério Ceni, chegou a ser criticado publicamente pelo treinador, e não apareceu tanto também com Renato.
Rápido, habilidoso, bom finalizador e inteligente nas escolhas finais das jogadas, ganha sequência pelo lado esquerdo do campo. Nas outras categorias mostrou poder jogar pelo centro ou pela direita, sempre por trás de uma referência central. É um ano mais jovem que João.
Dar um novo ar de competitividade interna ao elenco é algo que Paulo Sousa começa a fazer, e entender isso pode ser muito benéfico a todos os envolvidos no processo. Lázaro e João Gomes elevam o nível de disputa por posição. E hoje, dão mais respostas do que nomes de maior peso.
Retirado de: UOL
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