Os números do Flamengo, que encerrou a fase de grupos da Libertadores com 88,9% de aproveitamento no grupo H e a segunda melhor campanha entre todos os times, não deixam Paulo Sousa confortável no cargo.
Embora invicto, o clube carioca não conseguiu ser regular na primeira parte do torneio sul-americano, e a oscilação se transformou em resultados ruins no Brasileiro. Contra equipes da Série A, o aproveitamento despenca para 38%.
O que segura, então, o treinador português no cargo após cinco meses de trabalho sem um desempenho satisfatório e mínima regularidade? A reportagem lista abaixo os atenuantes para a permanência de Paulo Sousa, e o que pode se agravar nas próximas partidas para mudar o cenário.
O desgaste físico do elenco do Flamengo a partir de maio, quando três competições passaram a ser disputadas ao mesmo tempo, é uma das razões para a queda de produção da equipe nas partidas, e a decisão da comissão técnica de rodar o grupo e escalar, a cada jogo, um onze inicial diferente.
O fato é visto internamente como necessário para evitar lesões mais graves que comprometam a reta final da temporada e a disputa por títulos. Com isso, o Flamengo oscila, tanto física quanto tecnicamente, sobretudo de um tempo para o outro. Não é raro ver Paulo Sousa promover diversas substituições a partir dos 30 minutos finais.
A classificação sem sustos na Libertadores, primeira competição que define a sua fase mais aguda na temporada, é um fator a favor de Paulo Sousa. Foram cinco vitórias e um empate contra adversários frágeis, com 16 gols marcados em seis jogos. Como as oitavas de final só acontecem no fim de junho, a diretoria deu mais tempo ao treinador para que o trabalho se consolidasse e a passagem de fase acontecesse, o que se confirmou.
O começo ruim do Flamengo no Brasileiro foi o que provocou desgaste no trabalho de Paulo Sousa. Mesmo que diante de equipes fortes como Palmeiras e São Paulo o time tenha respondido bem, em duelos diante de times moderados, não tão favoritos, sofreu para vencer, e o pior, sofreu em sua defesa. A avaliação, porém, é que o torneio por pontos corridos ainda tem mais de 30 rodadas pela frente e a recuperação é possível. Hoje, o Flamengo ocupa a 14 ° posição após sete jogos, e terá nova sequência para se provar, contra Fluminense e Fortaleza, nas próximas duas rodadas.
O contrato de Paulo Sousa com o Flamengo vai até o fim de 2023, mas haverá multa apenas se o profissional for desligado até o fim de 2022. Desta forma, a diretoria tenta se comprometer com o trabalho de reformulação para o qual contratou o treinador, e que esse processo dure ao menos uma temporada inteira.
Caso o português seja demitido agora, teria a receber os salários até o fim do ano. Se ao fim deste período houver a avaliação de que a parceria não deu certo, ele sairia sem custos para no ano seguinte vir outro. O fato de a diretoria ter viajado a Portugal e escolhido Paulo Sousa a dedo também pesa para que não haja um atestado de incompetência assinado pelo departamento de futebol.
As críticas a Paulo Sousa só não tem sido maiores que os xingamentos aos dirigentes do Flamengo. Diferentemente de outras ocasiões, o desempenho ruim cai mais no colo do vice de futebol Marcos Braz e do diretor Bruno Spíndel, que trouxeram o técnico. Também sobra para o presidente Rodolfo Landim, que é quem hoje dá a garantia final de permanência do profissional, apesar de todas as críticas e a crise política que isso acarreta.
Em caso de troca de comando técnico, Landim é pressionado também a renovar os cargos de comando do futebol, o que naturalmente freia decisões da própria pasta neste sentido.
O coro de “Mister, Mister” no Maracanã não mobilizou a diretoria do Flamengo para a contratação de Jorge Jesus. Mas a presença do técnico multicampeão em 2019 livre no mercado é um fantasma com o qual Paulo Sousa e os dirigentes precisam lidar. Uma eventual demissão de Paulo Sousa em um contexto em que Jesus ainda esteja livre e disponível para retornar, como agora, faria a pressão da torcida motivar o clube a repatriar o outro português.
O que hoje é alvo de resistência principalmente do presidente Landim. Há um entendimento de que os processos perdidos de autoria da própria comissão técnica do Flamengo precisam ser retomados e que Paulo Sousa é o técnico ideal para isso. Trazer Jesus novamente significaria entregar as chaves do CT ao técnico e depender de suas decisões para tudo no futebol.
Retirado de: O Globo
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