A relação entre Marcos Braz, vice de futebol do Flamengo, Bruno Spindel, diretor executivo de futebol, e Paulo Sousa, atual técnico, chegou a um capítulo crítico após a derrota para o Fortaleza. A falta de sintonia entre Sousa e os dirigentes do clube já tem tempo e a derrota foi apenas mais um tempero na panela de pressão.
Apesar das declarações públicas em coletiva de imprensa, após a vitória contra o Goiás, sobre o treinador ter respaldo da diretoria, Paulo nunca sentiu verdadeiro apoio e se vê sem forças dentro do clube. Um exemplo disso está nas contratações. O atual técnico do Flamengo tem pouca influência, embora enxergue e reporte as carências do elenco.
Paulo define posições e características, mas não tem o poder de escolher nomes. Das últimas cinco contratações, apenas a de Pablo foi uma indicação do treinador. No início do ano, a diretoria decidiu contratar Marinho, Fabricio Bruno, Ayrton Lucas e Santos por conta própria e só consultaram Paulo Sousa quando as negociações já estavam perto do acerto.
Agora perto da janela do meio do ano, o técnico novamente conversou com Marcos Braz e Bruno Spindel sobre as necessidades da equipe e pediu prioridade nas contratações para um volante ‘box to box’ e um médio direito. No entanto, esta segunda chegada dependerá da saída de Marinho, que também foi uma escolha exclusiva do vice e do diretor. Mesmo com oportunidades na equipe, o atacante não se adaptou ao estilo de jogo de Sousa.
Além da falta de influência nas contratações, Paulo Sousa também não se sente apoiado quando o assunto se refere ao elenco. Apesar da responsabilidade de fazer uma reformulação no elenco ter sido passada para o treinador no momento em que foi contratado, Sousa não se sente respaldado por Marcos Braz e Bruno Spindel para tomar decisões com alguns jogadores, como no caso de Diego Alves.
O conflito entre o técnico e o goleiro escancarou, para Paulo Sousa, o poder que alguns jogadores têm dentro do elenco. O convite vindo do camisa 1 para que Diego Ribas participasse da reunião marcada entre Alves e Sousa gerou desconforto no português. No entendimento do técnico, o problema deveria ser resolvido apenas entre Diego Alves e Paulo Sousa e dirigentes. A falta de posição de Bruno Spindel também incomodou bastante o comandante da equipe rubro-negra.
Em meio a este ambiente, Paulo Sousa entende que a última cartada será nesta viagem casada para os jogos contra o Red Bull Bragantino e Internacional. O treinador, que está relativamente tranquilo mesmo com a pressão interna e externa, entende que esta será a última oportunidade para tentar fazer dar certo o seu projeto no Clube de Regatas do Flamengo.
Retirado de: S1 Live – Isabelle Costa e Letícia Marques