Assustaram o mercado interno os valores envolvidos na transferência de Éverton, o Cebolinha, do Benfica para o Flamengo.
O atacante de 26 anos chega ao clube carioca comprado por 13,5 milhões de euros (R$ 72,9 milhões ao câmbio de R$ 5,4 para cada euro), podendo render aos portugueses mais 2,5 milhões de euros (R$ 13,5 milhões) no alcance de metas esportivas.
Ou seja: mais um investimento da ordem de 16 milhões de euros (R$ 86,4 milhões) para um elenco que voltar a ter cinco dos dez jogadores mais caros da história do futebol brasileiro.
E estes valores empenhados na aquisição do ex-atacante do Grêmio, campeão da Libertadores em 2017, o transformam na segunda aquisição mais cara da história do futebol brasileiro em moeda estrangeira – atrás apenas dos 17 milhões de euros pagos à Fiorentina por Pedro, em 2020.
Sim, porque, em função do câmbio, os R$ 87 milhões pagos pela compra dos direitos federativos de Pedro superam todas as negociações.
Mas em euros, a chegada de “Cebolinha” bate os 15 dos 75% dos direitos de Arrascaeta em 2019, os 14 da aquisição de Pedro, em 2020, os 12 da compra de Vitinho, em 2018, e os seis pagos por Everton Ribeiro em 2017.
É claro que com a compra de mais uma fatia dos direitos do craque uruguaio em janeiro deste ano, os valores empenhados na transação tendem a ultrapassar os gastos com Éverton e o próprio Gabriel Barbosa.
Porém, como as partes não divulgaram oficialmente o dinheiro envolvido, fiquemos com os 15 milhões de euros acertados em 2019. Em suma, 80 milhões em moeda europeia por um sexteto ofensivo que estará completo e à disposição de Dorival Júnior a partir de 18 julho.
Dinheiro que, convertido pelo câmbio atual totalizaria R$ 400 milhões – só nestes seis jogadores de ataque.
E não estou a citar os 11,5 milhões de euros pagos à Roma pelo volante Gérson em 2019, vendido no ano passado, tampouco os milhões de reais investidos na compra de atacantes que ainda fazem parte do elenco, como Bruno Henrique (R$ 23 milhões), e Marinho (R$ 7 milhões).
Não computo também os valores pagos por jogadores de defesa, como Rodrigo Caio (R$ 22 milhões) e Leo Pereira (R$ 34 milhões). O recorte retrata parte do dinheiro desembolsado nos últimos cinco anos para qualificar um elenco que deveria estar entregando muito mais, não só em resultado como também em desempenho.
E é isso que os torcedores tanto cobram. Que clube brasileiro gastou tanto para ter jogadores tão valiosos?
Everton, o “Cebolinha”, é o quarto reforço para a fase ofensiva do Flamengo a custar entre 14 e 17 milhões de euros, custo de operações no mercado europeu. E num momento em que a grande maioria, tanto lá como aqui, se vira como pode para descobrir opções de mercado.
O Flamengo tem, portanto, um elenco valiosíssimo e por isso os jogos contra o Atlético-MG, como o deste domingo, no Mineirão, prendem tanto a atenção. Porque ainda que o novo astro rubro-negro só possa jogar daqui a um mês, o confronto nos dá a condição de refletir sobre a mais valia dos times.
O clube mineiro montou um elenco fantástico sob o ponto de vista competitivo e ganhou cinco dos últimos seis títulos disputados desde 2021. Mas os jogadores mais caros do time de Turco Mohamed não custaram mais do que os U$ 6 milhões (R$ 30 milhões) pagos por Nacho Fernandez.
Retirado de: Gilmar Ferreira
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