A cada bola encaixada, é como se um mantra fosse entoado por Santos. A segurança e a frieza do goleiro do Flamengo são os motivos aparentes que justificam a adaptação rápida ao clube, e que tornaram o novo dono da posição. Mas por trás de um jogador nada espalhafatoso, que parece não alterar suas expressões em momentos decisivos, estão características raras no meio do futebol: humildade e simplicidade.
Se debaixo da trave e com a bola nos pés Santos exibe precisão nos jogos, e contribuiu para uma invencibilidade de 13 partidas, com apenas quatro gols sofridos, no dia a dia os relatos são de um profissional que nem parece jogador. Mais do que o perfil pacato e a voz tímida que não se ouve nas rodas de vestiário, está um sujeito que não tem vaidades chamativas, dos acessórios aos cortes de cabelo, e sempre respeita os demais.
Chama atenção o jeito educado, de bom trato com o grupo de atletas e com funcionários, e também um profissional que trabalha muito. Ao chegar no Flamengo, a reverência a Diego Alves foi logo notada e contribuiu para aceitação imediata dos companheiros. Quando os dois goleiros estavam lesionados, conviveram bastante no CT e Santos demonstrava respeito máximo ao companheiro de clube e história na Europa.
Com 32 anos, o novo titular tem no autocontrole e na técnica apurada os grandes trunfos para alçá-lo à posição atual. A passagem pela seleção brasileira é apontada como um dos fatores para essa frieza e segurança, e para a insistência do Flamengo, que convivia com dificuldades de ter um goleiro confiável.
Quando a diretoria foi com tudo para contratar o novo goleiro junto ao Athletico, Santos pediu para o ex-clube o liberar, e abriu mão de dinheiro para fechar com os cariocas. Depois das Olimpíadas em 2021, o sonho da Copa do Mundo no Catar ainda não é impossível para o experiente Santos, com a humildade de sempre.
Retirado de: Extra