Pedro será a principal novidade da seleção brasileira, que se apresenta hoje para os amistosos contra Gana e Tunísia, os últimos da preparação para a Copa do Mundo no Catar. Na delegação, que conta com nove atacantes, o técnico Tite indicou que usaria o centroavante na função exercida no Flamengo, mas na prática a utilização no esquema da seleção seria um pouco diferente. De cara, traria de volta a figura de um camisa nove mais fixo, função desempenhada pela última vez por Firmino. Pedro seria o “Fred atual”, nas palavras do treinador.
Quando Tite diz que Pedro é um “jogador terminal”, ela entende que o atacante é o mais adiantado em campo, mas taticamente tem a função de fazer o pivô tanto para o segundo atacante, que neste caso seria Neymar, como para os jogadores de lado do campo, chamados externos – Rafinha e Antony pela direita, Vinicius Junior, Paquetá e Rodrygo pela esquerda. Além da preparação das jogadas, Pedro também é o finalizador, e seria a referência natural para os passes por dentro da defesa ou vindos da linha de fundo. E a comissão técnica entende que poderia jogar com Pedro e mais um centroavante contra grandes retrancas.
No Flamengo de Dorival Júnior, Pedro exerce esses dois papéis de maneira distinta. Chama a defesa para trás, onde recebe pelo lado esquerdo as bolas de Arrascaeta, que é quem funciona como ponta do losango do meio-campo rubro-negro, vindo de trás. E também combina jogadas com Gabigol, que se movimenta em múltiplas direções e por dentro, e Everton Ribeiro, mais pela direita, como no gol que selou a vaga para a final da Copa do Brasil. A bola longa vinda do zagueiro David Luiz que Pedro faz o pivô também é um artifício que pode ser usado na seleção através de Marquinhos e Thiago Silva.
A questão principal é se Tite dará oportunidade a Pedro como titular nos amistosos, ou se manterá não só a forma de jogar, sem um atacante de referência fixo, mas a base do time que tem utilizado recentemente. Nos seis jogos da seleção em 2022, Tite deu oportunidades a Matheus Cunha contra Equador e Paraguai, após boa participação do centroavante na Olimpíada. Mas o jogador se lesionou, e nas duas partidas seguintes, também pelas Eliminatórias, primeiro Neymar foi usado como falso nove, contra o Chile, e em seguida Richarlison comandou o ataque diante da Bolívia.
Quando Matheus Cunha atuou, Neymar não estava disponível. Tite, então, usou Phillippe Coutinho na vaga de Paquetá, por dentro, com Vini Jr e Raphinha abertos, mas a seleção só empatou em 1 a 1 com o Equador. Depois, veio uma goleada sobre o Paraguai, com Cunha como referência novamente, os mesmos dois pontas, e Paquetá de volta como volante, pela direita, ao lado de Fabinho, com Coutinho mantido na criação pelo meio.
Na volta de Neymar, contra o Chile, um novo sistema. O camisa dez atuou como falso nove, alternando com Paquetá entre quem vinha de trás. Os pontas dessa vez foram Vini Jr e Antony. E o Brasil fez 4 a 0 outra vez. Coutinho substituiu Paquetá, e Richarlison entrou na vaga de Antony e passou a ser a referência. Richarlison voltou a exercer a função como titular diante da Bolívia, em jogo sem Neymar, suspenso. Na altitude, Paquetá foi o meia organizador, e Antony e Coutinho jogaram abertos. Nova goleada.
Em junho, nos amistosos contra Coréia do Sul e Japão, Tite repetiu as duas estratégias já conhecidas. Primeiro, com Richarlison no ataque, Neymar e Raphinha abertos, com Paquetá por dentro, podendo alternar com Neymar as funções. Venceu por 5 a 1. Depois, com Neymar de falso nove, Antony e Vini Jr nas pontas, e Paquetá vindo de trás, também alternando com Neymar. O camisa 10 marcou de pênalti.
Retirado de: O GLobo
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