O Estadual do Rio de Janeiro mal definiu sua tabela e já tem polêmica em vias de judicialização. Motivo: divergência na estratégia de comercialização dos direitos de transmissão dos jogos.
Após dois anos de retorno financeiro abaixo das expectativas na parceria com a Sportsview, que fazia a viabilização tecnológica e comercial dos jogos, a Federação (Ferj) cedeu os direitos da representação dos clubes à Brax Sports Assets. Mas, novamente sem a adesão do Flamengo, e agora com o apoio do Fluminense.
Só que na reunião arbitral que deliberou sobre o modelo e a ordem dos jogos, na última sexta-feira (11), já sabedora de que não haveria o consenso, a entidade pôs à mesa um novo critério para a escolha do mando do campo nos segundos jogos das semifinais e finais da fase decisiva.
E por dez votos a dois, aprovou que os clubes veiculados ao contrato de televisionamento coletivo serão mandantes no jogo de volta. E isso, evidentemente, não agradou à dupla Fla-Flu, que agora estuda medidas judiciais.
A Brax garante à Ferj um mínimo de R$ 70 milhões, dinheiro que será captado com parceiros e repassado aos clubes, independentemente dos valores obtidos com a emissora de TV que adquirir os direitos de transmissão dos jogos do Estadual.
Estima-se que o valor total possa chegar a R$ 80 milhões, ainda bem abaixo dos R$ 120 pagos pela Rede Globo em 2019 – último ano de contrato com a anuência do Flamengo. Em 2021, a Sportview não arrecadou mais do que R$ 40 milhões e desagradou aos clubes.
Fontes ligadas à dupla Fla-Flu sustentam que a recusa dos dois em assinar a autorização que dá à Brax a legitimidade de representá-los nas negociações com a TV vem da baixa perspectiva de retorno.
Pelo mínimo garantido, Flamengo e Fluminense não receberiam mais do que R$ 10 milhões. E como o valor é praticamente metade do que seria pago em 2020, os dois recusaram. A dupla crê que a “lei do mandante”, criada naquele ano, dá condições de faturamento semelhante com ativações nos respectivos canais. A discussão agora é se a Ferj pode veicular questões técnicas a uma opção comercial.
A vantagem do mando de campo está diretamente relacionada à presença da torcida e é isso que as diretorias rubro-negra e tricolor avaliam, juridicamente. Nos últimos anosa, o mandante teve direito a 80% da carga de ingressos. Vantagem que campeão e vice deste ano não querem dar a Botafogo e Vasco.
Retirado de: Gilmar Ferreira
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