Goleiro da Copa ficou estressado ao perder posição para ídolo do Flamengo

Goleiro titular da Austrália, que enfrenta a Tunísia pela segunda rodada da Copa do Mundo do Qatar, neste sábado, Matt Ryan não é o tipo de jogador que aceita ser reserva de forma tranquila.

Em 2015, o australiano foi contratado pelo Valencia após o antigo titular Diego Alves sofrer uma grave lesão no joelho que o deixou por nove meses fora dos gramados. Depois de um começo bastante promissor no time espanhol, o arqueiro se machucou e perdeu a vaga novamente para o brasileiro.

Chateado com a situação, Ryan descontou na comida.

— Quando ele não jogava, ficava muito estressado e comia umas três pizzas inteiras brincando! É o rei da pizza! Eu falava: ‘O Diego não vai sair do gol. Desse jeito ai você pode comprar a Pizza Hut toda porque o treinador não vai tirá-lo’ (risos). Era a mesma coisa da Juventus, porque não tinha como o Szczesny tirar a vaga do Buffon porque ele era um goleiro histórico, disse Aderllan Santos, ex-zagueiro do Valencia, ao site da ESPN.

Matt Ryan fez 21 partidas na primeira temporada pelo Valencia. Na segunda, no entanto, jogou apenas duas vezes – com o retorno de Diego Alves – antes de se transferir ao Genk, da Bélgica.

— Era gente boa demais e saímos para jantar duas vezes. Foram jantares aleatórios (risos). Ele me chamou para desabafar e respondi: ‘Eu também não estou jogando’ (risos). Fomos a um restaurante japonês para conversar. Estava com o goleiro da Austrália num restaurante do nada, ninguém ia acreditar (risos). A gente se virava no espanhol e eu era um dos caras que ele mais conversava do elenco na época, contou o brasileiro.

Apesar da amizade fora dos gramados, Aderllan sofreu com a impetuosidade do colega de equipe durante uma partida contra o Granada por LaLiga

— Ele gritou ‘minha’ quando eu já estava na bola. O Ryan acabou acertando as travas da chuteira no meu peito, abriu um buraco e tive que levar pontos. Olhei para ele e falei: ‘Depois não me chama mais para jantar porque estou todo arrebentado (risos)’. Ele falava para mim: ‘Irmão, eu gritei’. Eu falava: ‘Mas não tinha como você ter abaixado as travas?’, disse o brasileiro, aos risos.

Ryan defendeu o Central Coast Mariners e o Blacktown City, ambos da Austrália, antes de ir para o Club Brugge. Em duas temporadas na Bélgica, o australiano se destacou antes de chegar ao Valencia. Em 2017, o goleiro foi para Brighton, no qual permaneceu por três temporadas e meia. Após ficar seis meses emprestado ao Arsenal, o jogador foi reserva da Real Sociedad até ser contratado pelo FC Copenhagen na atual temporada.

Aos 30 anos, o arqueiro disputa a terceira Copa do Mundo pela Austrália como titular. Na estreia, ele sofreu seis gols na derrota para a França.

— Ryan era impressionante nos treinos, parecia um goleiro de videogame. Ele ia muito bem mesmo. Ele é muito forte, nunca vi um jogador tão forte quanto ele. O peitoral parecia de um fisiculturista, fazia barra com uma mão só. É muito bom goleiro, mas deu um pouco de azar. Além da lesão, ele estava no jogo que o Valencia levou 7 gols do Barcelona e isso ficou marcado, afirmou Aderllan.

Retirado de: ESPN