Na última quinta-feira, Matheus Sávio, ex-Flamengo, concedeu entrevista ao ‘Charla Podcast’. Em um dos trechos do bate-papo, Sávio falou sobre sua passagem no Fla e revelou o motivo de não ter correspondido às expectativas.
— Eu me prejudiquei muito quando estava no profissional, estava com carro… com o meu pensamento hoje, casado, com filho, morando no Japão, eu vejo que poderia ser mais profissional. Serviu como aprendizado para a minha carreira. Eu estou com 25 anos, não foi tarde, porque a oportunidade passa e, depois, não adianta ficar remoendo. Sou claro quanto a isso e comigo mesmo: eu poderia ser mais profissional. Eu poderia ter sido mais profissional e a minha carreira poderia ter tomado outros caminhos, como a Europa. Eu teria feito diferente. Como atleta, eu dormiria cedo, não beberia… hoje eu não bebo mais, mas antigamente eu bebia, me prejudicou, tenho consciência, disse, antes de emendar:
— Quando eu surgi, nós tínhamos as coisas muito fáceis. Eu andava de carro 0km com 18 anos, mulheres, mensagens, vinha de tudo que era lado. Eu passei a morar sozinho, não tive controle na época como deveria. Eu tentava me policiar na época, mas não foi suficiente. O mais difícil é você se manter (depois que chega). Muito novo, eu não tinha noção do que estava acontecendo na minha vida: “Estou jogando no Flamengo, no profissional, todo mundo me conhece, onde eu vou todos querem tirar uma foto, tudo fácil, vou em restaurante e não pego fila”, então a vida tornou algumas coisas acessíveis, que eu não sonhava ter, complementou.
Eliminação na Libertadores e ameaça de morte
Sávio também falou sobre a eliminação na Copa Libertadores em 2017. Na época, o time carioca enfrentou o San Lorenzo, na Argentina. E em um determinado momento do jogo, Matheus Sávio estava com a bola dominada no ataque, mas acabou cedendo o contra-ataque que culminou no gol que eliminou o Fla.
Depois desse episódio o Cria do Flamengo perdeu espaço e foi ameaçado pelos torcedores nas redes sociais:
— Depois dali eu não tive tantas oportunidades, fiquei mais sem jogar. Era com Zé Ricardo, quando estava tendo minha maior sequência de jogos. Lembro que teve a estreia do Brasileiro contra o Atlético-MG, depois entrei contra o Athletico-PR no Maracanã quando o Diego se machucou. Posteriormente, fui jogar contra o San Lorenzo, onde fui no banco.
— Foi um jogo onde estávamos sendo pressionados. Quando entrei, o Guerrero falou assim: ‘Matheus, tenta ficar com a bola aqui. Vamos sair jogando. Estamos só dando ‘chutão’, vamos ficar com a bola’, sendo assim eu roubo a bola de um atacante, o Arão passa e vou dar o passe para ele. Entretanto, o cara trava a jogada, a bola é cruzada na área, saí o gol e a gente acaba sendo eliminado. Quando cheguei em casa, minha esposa estava chorando. Minha mãe me mandando mensagem. Vazou o número da minha mãe, do meu pai, com várias ameaças de morte, finalizou Sávio.
Adaptado de: Diário do Fla