Goleiro do Flamengo e da seleção sub-17 é empresariado por ex-Tottenham e já foi zagueiro

Caio Barone durante jogo do Flamengo no time profissional (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)

Um dos goleiros do Flamengo e da seleção brasileira sub-17, que estreia no Sul-Americano contra o Equador, nesta quinta-feira, Caio Albado Barone nunca havia usado luvas ou jogado debaixo das traves até seis anos atrás. No entanto, um teste de uma semana como zagueiro nas categorias de base do Santos mudou a vida do jovem, que atuava como pivô no futsal.

“Aos 10 anos eu já tinha 1,70m, era muito alto para a idade. Nesse período, um goleiro tinha acabado de sair do Santos e um treinador de lá chamado William pediu para que eu fosse para o gol. No começo eu não queria aceitar muito, mas no final falei com a minha família e aceitei”, disse ao ESPN.com.br.

Em seguida, ele voltou para casa e começou a treinar para aprender a nova posição. Buscou referências em arqueiros brasileiros de sucesso no mundo e, dois meses depois, foi aprovado no Peixe. Neste período, ele enfrentou Endrick, do Palmeiras, e viu o golaço de bicicleta que o atacante marcou na final do Paulistão sub-11 no CT Meninos da Vila.

“Eu estava no banco de reservas, mas ele já era um absurdo. Nós fomos vice-campeões”.

No começo de 2019, Caio estava tendo pouco espaço no Santos – chegou a ser terceiro goleiro – e conseguiu uma avaliação de dois dias no Flamengo.

“Sabia que tinha potencial, recebi uma proposta e fui aprovado. Foi uma mudança muito grande na minha vida porque saí de Santos para o Rio de Janeiro, que é bem mais longe de casa. Fui muito bem acolhido pelo Flamengo e me adaptei. Gosto muito da cidade hoje em dia”.

Com pouco tempo de Gávea, Caio jogou a Ibercup, em Porto Alegre, contra um PSG que tinha Ethan Mbappé, irmão mais novo do astro Kylian Mbappé. “Eu entrei no final do jogo e defendi dois pênaltis!”.

Caio fez alguns torneios na Europa e enfrentou outras equipes de tradição como PSV, Arsenal, Sporting e Dínamo de Kiev. Além disso, participou do programa que o clube da Gávea promove para integrar os garotos da base com o elenco principal durante os treinamentos.

“A gente pega muita experiência e aprende muito com eles. Quando acabavam os treinos, ele faziam finalização e ficavam brincando com a gente”.

Caio já foi para o banco de reservas no primeiro jogo do time profissional em 2023 no Maracanã. “Foi muito bom porque senti como é a torcida. Aos 16 anos, é algo muito diferente. Foi uma doideira”.

O jovem foi chamado para a seleção brasileira pela primeira vez depois de vencer um torneio em Gramado-RS contra o Internacional.

“Tinham olheiros da seleção lá e consegui me destacar, fui eleito o melhor goleiro. Foi uma experiência muito boa”.

Com atuações de destaque e muitos títulos na base do Flamengo, o jovem entrou na lista do Sul-Americano sub-17.

“Sempre ficamos com a pulga atrás da orelha. Fiquei muito feliz com o chamado e saí correndo pela casa gritando. É muito bom estar representando o meu país em um torneio tão importante”, afirmou.

Fã de Alisson (Liverpool) e Ederson (Manchester City), Caio tem como um dos empresários outro especialista na posição: Gomes, ex-goleiro de Cruzeiro, Tottenham, PSV e seleção brasileira.

“Ele me dá muitas dicas de como ficar tranquilo e fala comigo antes dos jogos. Ele tem muita experiência e me ajuda muito porque foi um grande goleiro e fez história”.

A ideia do jovem, que tem 1,96m de altura, é seguir no futuro os passos do agente. Recentemente, ele assinou um contrato que possui uma multa rescisória de 50 milhões de euros (R$ 278 milhões).

“Tenho passaporte italiano, mas não tive sondagens da Itália. Meu sonho é ser profissional e conquistar títulos importantes pelo Flamengo. Depois, ir para a Europa, jogar Champions League e defender a seleção principal’.

Retirado de: ESPN