A ausência de Pedro na reapresentação do Flamengo foi mais um capítulo em uma trajetória que teve algumas rotas de colisão. Jogos Olímpicos, interesse do Palmeiras e insatisfação no banco foram elementos que fizeram jogador e Rubro-Negro não falarem a mesma língua em oportunidades anteriores.
O camisa 9 não compareceu à atividade de ontem (31) sem aviso prévio e criou um mal-estar. As partes conversaram ao longo do dia.
Pedro é esperado pelo Rubro-Negro no treino de hoje (1), e há a expectativa de que o assunto possa ser resolvido.
O episódio aconteceu após o atacante ter sido agredido pelo preparador físico Pablo Fernández, após a vitória sobre o Atlético-MG, em Minas Gerais, no último sábado.
Pedro já protagonizou outras rusgas com a cúpula. Uma delas chegou a parar no STJD e teve a convocação para a Olimpíada de Tóquio como tema.
O atacante foi convocado por André Jardine para defender a seleção brasileira nos Jogos, mas a presença na lista aconteceu em meio a um impasse entre Flamengo e CBF, que envolvia a convocação para a seleção principal.
O Rubro-Negro conseguiu uma liminar e Pedro não esteve em Tóquio. Apesar de indicar entender as alegações da diretoria, ele nunca escondeu a insatisfação com o episódio.
Em entrevista ao UOL, em agosto do ano passado, ele admitiu que ficou chateado e ressaltou que, no período dos Jogos Olímpicos, foi titular apenas uma vez.
“Fiquei um pouco chateado na época, porque eu queria estar na seleção. Mas a diretoria foi bem clara comigo, sempre deixou claro que não iria me liberar. O que mais me deixou chateado foi que no momento das Olimpíadas eu joguei só uma partida como titular, se eu não me engano. Tentei convencê-los de que eu queria ir, queria estar na seleção, mas não liberaram e eu respeitei”, comentou.
No começo do ano passado, o Palmeiras foi o pivô da rusga entre Pedro e Fla. À época, o atual camisa 9 era opção ao ataque, e viu um interesse do clube que vem rivalizando com o Rubro-Negro nacionalmente.
A ausência de sequência e o fato de não ter sido utilizado na final da Supercopa pesaram para Pedro. O Alviverde contava com a vontade do jogador para mudar o andamento das negociações, mas as conversas não avançaram.
“Tive um momento muito difícil, porque não vinha tendo sequência. E aquela ‘não entrada’ contra o Atlético-MG, em que eu fiquei no banco na Supercopa, me deixou muito frustrado na época. Naquele momento, passou pela minha cabeça que eu precisava jogar. Pensava que, na janela, teria de ver o que seria melhor para mim e para a minha carreira. A diretoria não liberou [a negociação com o Palmeiras]. Eu tenho em mente que só vou fazer algo que o Flamengo liberar. Foi de clube para clube“, disse ao UOL, na mesma entrevista.
Na atual temporada, antes mesmo da chegada de Sampaoli, Pedro já havia demonstrado insatisfação com o banco.
Em abril, após a demissão de Vítor Pereira, o time foi comandado por Mário Jorge de maneira interina. Na vitória sobre o Coritiba, no Maracanã, pelo Brasileiro, o atacante começou na reserva.
“Para ser sincero, respeito sempre a decisão do treinador, mas não concordei, pelo que venho fazendo no Flamengo desde o ano passado. Nesse ano também venho tendo bom desempenho. Não concordei muito, mas, como sempre, vou entrar para dar o meu melhor, mesmo se for por poucos minutos, como foi hoje”
Na coletiva após o jogo, Mário Jorge explicou que a opção de iniciar com Pedro no banco foi para ter mais jogadores no meio de campo.
Retirado de: Uol
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