Foram dois casos de agressão em menos de 20 dias no Flamengo. O primeiro no dia 29 de julho, quando o ex-preparador físico Pablo Fernández deu um soco em Pedro no vestiário após a vitória sobre o Atlético-MG. O segundo aconteceu na manhã desta terça-feira, no Ninho do Urubu, com troca de agressões entre Gerson e Varela. Os desdobramentos, porém, foram diferentes.
O meia e o lateral estarão na lista de relacionados para a partida de volta da semifinal da Copa do Brasil, na quarta-feira, contra o Grêmio, no Maracanã. O jogo será disputado um dia após os dois jogadores se agredirem no Ninho. Nesta terça, depois de discussão, Varela tentou acertar Gerson, que se esquivou e acertou em cheio o uruguaio com um soco.
Um dos socos acertou o nariz do lateral-direito, que sofreu fratura no local. O meia ficou com a mão machucada depois da agressão.
No início desta tarde, o Flamengo publicou nota na qual informou que o “entrevero entre os atletas Gerson e Varela foi resolvido internamente”. De acordo com o clube, “os jogadores entendem que o episódio faz parte de um treino disputado”.
Justamente por acreditar que a troca de agressões faz parte do ambiente de treino em semana decisiva, a diretoria decidiu não tirar o meia e o lateral da partida contra o Grêmio, ainda que vá multá-los. O departamento de futebol reprovou o episódio, mas considera a situação resolvida, por se tratar de um lance intenso em um treino com alto nível de competitividade. Os atletas admitiram que se excederam.
A atitude do comando rubro-negro foi diferente depois da agressão do último dia 29. Na ocasião, Pedro se recusou a continuar o aquecimento no segundo tempo do jogo contra o Atlético-MG na Arena Independência. No vestiário, o atacante levou três tapas e um soco do então preparador físico Pablo Fernández.
O jogador prestou queixa na delegacia ainda na madrugada de domingo, dia 30, em Belo Horizonte, e faltou ao treino de segunda-feira, já no Rio de Janeiro. Na ocasião, os empresários de Pedro avisaram à diretoria que ele estava com dores no rosto e não se sentia confortável.
Quatro dias depois da agressão, no dia 2, a diretoria do Flamengo decidiu suspender Pedro por um jogo, aplicar multa de 5% do valor do salário do atacante por não se aquecer contra o Atlético-MG e uma advertência por faltar a treino. Com a punição, o atacante ficou fora dos relacionados na partida de ida das quartas de final da Libertadores, contra o Olimpia, no Maracanã.
Nos últimos meses, Marinho e Gabigol também receberam punição por atos de indisciplina, que não envolveram agressão.
Nesta terça, a troca de agressões aconteceu no fim do treinamento. Depois de uma falta dura de Gerson em Varela, os dois bateram boca, e o uruguaio se projetou com o pé para frente e tentou acertar o meia, que esquivou e respondeu com um soco no nariz.
A troca de agressões seguiu por alguns segundos, e Varela ficou ensanguentado, com um corte na parte superior do nariz – posteriormente a fratura foi confirmada em ida a um hospital na Zona Oeste. Médicos do Flamengo o atenderam tão logo que o conflito foi interrompido, e Gerson saiu caminhando pelo outro lado com a mão machucada.
Após o episódio, o técnico Jorge Sampaoli reuniu lideranças do elenco para conversar a portas fechadas no Ninho do Urubu. Estiveram presentes os jogadores Gabigol, Filipe Luis, Rodrigo Caio e Everton Ribeiro. O diretor de futebol Bruno Spindel também participou, mas ficou em silêncio.
Retirado de: Globo Esporte
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