Em reunião na semana passada, o Tribunal de Contas do Estado liberou o governo do Rio para fazer a licitação da concessão do Maracanã. Para isso, foram estabelecidos parâmetros financeiros de receitas e investimentos. Flamengo e Fluminense, atuais gestores, já fazem os cálculos de seu plano para administrar o estádio.
Haverá a concorrência já declarada do Vasco e WTorre pela concessão do Maracanã. A regra final da licitação ainda não tem prazo para ser publicada.
O Flamengo estabeleceu como prioridade o trabalho para obter a concessão definitiva do estádio, houve conversas na diretoria no início da semana sobre o assunto. Com esse objetivo, foi contratada uma consultoria para ajudar a dupla Fla-Flu a atender as demandas da licitação.
E já foi traçado o esboço de como funcionará a sociedade com o Fluminense. Haverá uma SPE (Sociedade de Propósito Específico), com os dois como sócios.
Mas como funcionaria o estádio com uma gestão de Flamengo e Fluminense? Quanto teria de ser investido no estádio? Quais seriam as receitas? Quanto ganharia o Estado?
O voto do TCE revela a previsão de receitas para o estádio. São R$ 61,9 milhões por ano em itens como camarotes, aluguel, shows (dois grandes no ano), tour de visitação e aluguéis para jogos, inclusive dos dois times. A venda de camarote, com R$ 37 milhões, e serviços de hospitalidade são os principais itens.
O cálculo bate com os números da atual gestão do Maracanã. A dupla Fla-Flu entende que é possível aumentar essa arrecadação com uma concessão definitiva.
Na planilha, não estão incluídas receitas de patrocínio. Há receitas relacionadas a patrocínios com placas no anel superior (no campo pertencem aos clubes exclusivamente), comidas e bebidas.
Os clubes não ficarão com a receita bruta porque têm de pagar a manutenção do estádio. A gestão do Maracanã entende que as receitas são suficientes para quitar as despesas de manutenção da arena. O balanço do Flamengo registra receita com estádio.
Pelos termos do voto do TCE, foi mantido o total de investimento de R$ 163 milhões no Maracanã durante o período de 20 anos de concessão. Esse dinheiro será usado para reparos e modernizações, sendo o maior gasto com a cobertura do estádio, que terá de ser refeita aos poucos. Esse seria o investimento obrigatório.
A dupla Fla-Flu calcula, na realidade, um investimento maior do que esse: R$ 200 milhões. O número foi publicado pelo blog no final do ano passado, e continua a ser a estimativa dos dois clubes.
Há melhorias que a atual gestão o Maracanã entende serem necessárias que não estão nos gastos obrigatórios. Entre elas, há empreendimentos para aumento de receita, e incrementos no acesso ao estádio.
A outorga estabelecida como mínima para a concessão é de R$ 6,1 milhões por ano. Obviamente, propostas mais altas podem ser feitas para vencer a licitação.
Pela regra determinada pelo TCE, 5% dessa receita bruta tem de ser repassada ao Estado. Anteriormente, percentual incidia sob a receita líquida. Ou seja, o governo receberia uma R$ 3 milhões pelo menos por essa fatia da receita.
Pelo cálculo do TCE, com esse valor de receita, e prazo de 20 anos, o contrato teria equilíbrio entre ganhos do concessionário (quem vencer a licitação) e do Estado.
Por esses números, o governo do Estado terá pelo menos R$ 12 milhões por ano pelo Maracanã. Mas a estimativa de Flamengo e Fluminense é de que esse número será maior.
Retirado de: Uol
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