“Time europeu”, “rolo compressor”, “Fla é impossível”… Há exatamente um ano, os jornais argentinos se rendiam ao Flamengo após a acachapante goleada de 4 a 0 sobre o Vélez Sarsfield lá na Argentina. A atuação de gala fora de casa, em uma semifinal de Conmebol Libertadores, com direito a hat-trick de Pedro, assustou a América do Sul.
Aquele time, que viria a erguer o troféu na decisão contra o Athletico-PR, entrou em 2023 como candidato a todos os títulos. Porém, já perdeu cinco competições, se vê cada vez mais distante da briga pelo Campeonato Brasileiro e entrou em crise com a instabilidade e o clima conturbado internamente. Mas o que deu errado desde o baile na Argentina? O ge preparou uma linha do tempo:
Dorival Júnior adotou uma estratégia de dividir o elenco em dois times, e ela funcionou bem. O clube ficou três meses sem lesão, 19 jogos invicto e sobreviveu à maratona (o Flamengo era o único vivo em três competições). Mas aos poucos o rendimento caiu dos titulares, que foram usados em alguns jogos do Brasileiro entre setembro e outubro, antes das finais, e ganharam a Copa do Brasil e a Libertadores sem repetir as grandes atuações.
Justamente a queda de rendimento nos últimos jogos da temporada fez a diretoria mudar de planos. Apesar dos títulos conquistados, em novembro ela desistiu da renovação com Dorival Júnior, que já era tratada como certa publicamente, e abriu negociações com Vitor Pereira, que havia feito o Corinthians jogar melhor que o Flamengo no segundo jogo da final da Copa do Brasil. A mudança pegou o elenco de surpresa e desagradou a muitos. E a aposta no português, visando uma evolução até o Mundial de Clubes, acabou sendo um tiro n’água. O treinador, que chegou com muita polêmica pela forma com que saiu de São Paulo, até se deu bem com o elenco, mas não conseguiu fazer o time jogar bem e se tornou o primeiro técnico a perder as primeiras três finais disputadas na história do clube.
Com a Copa do Mundo entre novembro e dezembro, o Flamengo deu férias mais longas ao elenco (42 dias), assim como outros fizeram. Porém, só o Rubro-Negro iria representar o Brasil no Mundial de Clubes em fevereiro. O time oscilou no início da temporada, como no empate com o Madureira e a vitória no apagar das luzes com o Boavista no Carioca. E no Mundial a equipe acabou eliminada na semifinal pelo Al Hilal, da Arábia Saudita. Pouco depois, perdeu a Recopa Sul-Americana para o Independiente del Valle, do Equador, visivelmente cansando no segundo tempo.
O Flamengo teve a volta de Gerson, principal contratação, na janela de início do ano, mas perdeu dois titulares que viviam grandes fases e inclusive estavam na pré-lista de Tite para a Copa do Mundo: Rodinei e João Gomes. O lateral-direito não renovou o contrato, foi para o Olympiacos, da Grécia, e deixou o setor sem um titular. Varela não convenceu, e Matheuzinho quando teve chance falhou ao cometer um pênalti no Mundial. Por sua vez, o volante, vendido ao Wolverhampton, da Inglaterra, por R$ 103 milhões, foi uma perda e tanto para o time, que não encontrou um substituto à altura até hoje.
O outro título perdido foi no Carioca. E foi quando o Flamengo teve um desfalque de peso: Arrascaeta sentiu uma uma lesão no músculo adutor da coxa esquerda, na semifinal contra o Vasco, e ficou fora dois dois jogos da decisão com o Fluminense. Sem o uruguaio, o Rubro-Negro também estreou com derrota para o Aucas no Equador (se tivesse vencido esse jogo, teria terminado na liderança do grupo e enfrentaria o Atlético Nacional, da Colômbia, nas oitavas de final ao invés do seu algoz Olimpia, do Paraguai. Para piorar, o meia voltou a se machucar nesta semana e corre risco de ficar fora das finais da Copa do Brasil, contra o São Paulo.
O vice para o rival fez a diretoria reconhecer que era necessário mais uma troca. O departamento de futebol já vinha sob pressão desde a queda no Mundial, e em abril Vítor Pereira caiu. Três dias depois, o Flamengo apostou as fichas em Jorge Sampaoli. O argentino foi uma escolha do presidente Rodolfo Landim, que o queria desde quando era candidato à eleição. Mas a aposta novamente teve problemas. Tanto de resultados, sendo eliminado nas oitavas de final da Conmebol Libertadores, quanto de ambiente. O comandante tem um distanciamento com o elenco; dois jogadores que foram seus homens de confiança na seleção do Chile e no Santos, Vidal e Marinho respectivamente foram escanteados do clube; e Allan, reforço muito pedido por ele, é pouco aproveitado.
O ambiente no clube foi se deteriorando com o tempo. No início de Sampaoli já existiam de três a quatro grupos dentro do elenco rubro-negro. No dia a dia do CT, não se enxerga um sentimento de unidade, independentemente de afinidades fora de campo ou não. Fontes escutadas pela reportagem afirmaram, sem meias palavras, que o clima é “uma m…”. Gabigol chegou a criticar a imprensa falando que o clube não é o programa Big Brother Brasil. Mas o próprio atacante se envolveu em uma áspera discussão dom o vice de futebol, Marcos Braz, no vestiário da vitória sobre o Fortaleza, episódio que respinga até os dias de hoje (a dupla passou a se tratar de forma estritamente profissional).
Depois disso, Pedro sofreu uma agressão do então preparador físico Pablo Fernández, quando o centroavante se recusou a aquecer durante o jogo contra o Atlético-MG. A situação desencadeou a demissão do profissional e externou a insatisfação do jogador com a comissão técnica. E por último, foi a briga entre Gerson e Varela, que se desentenderam num treino, e o lateral chegou a sofrer uma fratura no nariz ao levar um soco. O fato foi tratado como apenas um “entrevero” pelo clube, e os dois não foram punidos na véspera da semifinal da Copa do Brasil (diferente do que aconteceu com Pedro, Gabigol, Léo Pereira, Vidal e Marinho quando protagonizaram atos de indisciplina ao longo do ano).
Justamente no ano em que pediu para jogar com a 10 de Zico, Gabigol vive a sua pior temporada desde que chegou ao clube. O atacante, que já perdeu três pênaltis em 2023, tem sua pior média de gols desde que chegou ao Flamengo (0,43 por jogo) e atualmente é o jogador mais ineficiente em finalizações do Campeonato Brasileiro. Para piorar, o ídolo passou a ser contestado por torcedores e chegou até a ter um protesto na porta de sua festa de aniversário.
Retirado de: Globo Esporte
Nas últimas horas, o foco das notícias sobre o Athletico-PR se concentram nos bastidores do…
Nas últimas horas, o foco das notícias sobre o Fluminense se concentram nos bastidores do…
Nas últimas horas, o foco das notícias sobre o Real Madrid se concentram nos bastidores…
Nas últimas horas, o foco das notícias sobre o Real Madrid se concentram nos bastidores…
Nas últimas horas, o foco das notícias sobre o São Paulo se concentram nos bastidores…
Nas últimas horas, o foco das notícias sobre o Atlético-MG se concentram nos bastidores do…