Técnico do Botafogo, Bruno Lage diz que colocou o cargo à disposição da diretoria após derrota para o Flamengo no clássico na noite deste sábado, no Estádio Nilton Santos. O treinador respondeu apenas uma pergunta na coletiva de imprensa.
— Sobre essa coisa de só olharem para o meu percurso no Botafogo, acho que é uma pressão muito grande sobre os jogadores. E isso eu não admito. Só há uma forma de libertá-los dessa pressão. E por isso estou aqui perante vocês. Não falei com ninguém, pensei muito e nesse momento coloco o meu lugar à disposição do diretor, à disposição do presidente.
— Eu tenho contrato com o Botafogo até dezembro, é muito dinheiro de salários, tenho prêmios que já estão praticamente garantidos por ir à Libertadores. Tem o prêmio de campeão, mas não tenho nenhum problema de abdicar disso, porque não sou guloso pelo dinheiro, acrescentou.
— O que não posso permitir é que a pressão que está sendo exercida sobre mim seja exercida sobe meus jogadores. É isso que eu tenho para dizer. Meu lugar está à disposição de quem manda, sem qualquer outra coisa para dizer. Boa noite, obrigado – finalizou ele.
A pergunta feita a Bruno Lage foi com relação a estratégia utilizada pelo treinador na partida e as escolhas no time titular, como a escalação de Segovinha. Ele começou explicando sobre a declaração que repercutiu no meio da semana, sobre o fato de o clássico ser marcado para o sábado.
— Antes de responder a sua pergunta, vou falar algo que disse durante a semana. O que disse não foi que o Botafogo não tenha feito jogos às quartas e aos sábados. Sou um treinador que já fez muitos jogos de Liga dos Campeões, Taça Uefa, na Inglaterra praticamente não temos três dias para nos recuperar. Eu disse e reafirmo com toda a minha convicção foi que, se o nosso adversário jogasse na quarta-feira, este jogo não seria realizado hoje. Seria realizado amanhã. Não tem nada a ver com o fato de ter apenas três dias. Esse é o ponto número um.
Em seguida, ele passou a comentar sobre o jogo.
— O segundo ponto é que tenho visto tantas decisões pelo VAR. E hoje estranhamente os lances de gol do nosso adversário acho que mereciam pelo menos uma chamada de atenção para serem analisados. No segundo gol, uma falta clara, o Tchê Tchê é empurrado nas costas.
— Quando eu vim para cá, uma experiência que tenho na vida é olhar para um todo e perceber como eu posso melhorar, falando com os jogadores, que têm sido brilhantes. Conversamos como pode ser feita a evolução da equipe. E uma das coisas é sermos uma equipe que controlasse melhor o jogo com a bola e ser uma equipe que pressiona mais. E é esse caminho que estamos tomando – prosseguiu.
— Desde o jogo contra o Santos, quando tive a oportunidade de ter todos jogadores disponíveis juntos? As mudanças de hoje foram por decisões. Não foi por isso que não ganhamos. Acho que fomos muito melhores que o nosso adversário. Levamos um gol no início, buscamos o empate. Tivemos várias outras oportunidades. Mas depois tomamos um gol, que acho que foi falta no Tchê Tchê.
Bruno Lage em seguida comentou sobre a atuação de JP Galvão, que sofreu com as investidas de Bruno Henrique pelo lado direito da defesa do Botafogo.
— Sobre o JP, tenho curiosidade para ver o número dos confrontos dele. Acho que fez uma partida muito boa. Mas desde o primeiro jogo sou questionado em tudo. O Botafogo já está campeão. Se houver qualquer coisa no caminho, foi você que estragou. Essa pressão existe desde o primeiro dia, e eu aguento. Desde o primeiro jogo não pude contar com Cuesta e Eduardo e fui criticado. Vai haver sempre essa coisa do que o Bruno Lage está a fazer. Por que eu vim? Eu vim porque o treinador que estava aqui aceitou outro projeto. Supostamente saiu daqui campeão. Assim sinto os torcedores, que já estão no modo campeão. E querem encontrar um indivíduo caso a equipe não seja campeão. Eu aguento essa pressão de forma natural. Eu sabia disso – continuou o comandante, antes de dar início à declaração que abre a matéria.
Retirado de: Globo Esporte
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