Tite, ex-técnico da Seleção Brasileira, em entrevista coletiva (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)
Tite é a bola do vez no Flamengo. Tem adesão dos jogadores à diretoria. No passado, houve oposição ao estilo de jogo do treinador por parte de dirigentes do alto escalão, manifestada publicamente e internamente. Porém, há consenso de que o gaúcho é o melhor nome para o momento, por qualidades no estudo tático e na gestão de pessoas.
Dentro do elenco rubro-negro, há boa aceitação ao nome de Tite. Os jogadores não foram consultados para opinar, mas, em conversas com pessoas próximas, grande parte do plantel apoia a possível contratação.
Treinador da Seleção de 2016 a 2022, ele convocou um time inteiro de integrantes do elenco rubro-negro. Poderia montá-lo no 4-2-4 improvisando um zagueiro na lateral direita.
Santos, Rodrigo Caio, Pablo, David Luiz, Filipe Luís, Gerson, Everton Ribeiro, Everton Cebolinha, Bruno Henrique, Gabigol e Pedro já foram chamados pelo treinador. Pablo, aliás, foi zagueiro dele no Corinthians.
Durante o ciclo que antecedeu a última Copa do Mundo, não foram raros os elogios de Tite a Rodrigo Caio, Gerson, Everton Ribeiro, Gabigol, Bruno Henrique e Pedro.
No ano passado, enquanto o Flamengo comemorava o tri da Libertadores em trio elétrico no Centro do Rio, torcedores protestaram contra a ausência de Gabigol na lista de Tite para a Copa do Mundo – Everton Ribeiro e Pedro foram chamados.
O grito “Ô, Tite, vai se f…, o Gabigol não precisa de você” ecoou durante a comemoração. O atacante mostrou apoio ao manifesto e disse: “Minha seleção é o Flamengo”.
Apesar da reação de Gabigol no momento de euforia junto à torcida, o ge apurou que o ocorrido não causou abalos à relação profissional de ambos.
O presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, tem boa relação com Tite. Conviveu com o treinador quando chefiou a delegação da seleção brasileira campeã da Copa América de 2019, competição disputada no país.
Landim, porém, opinou a pares que considerava Tite um treinador sem o perfil do Flamengo por enxergá-lo como um profissional que prioriza um estilo mais defensivo.
Pessoas próximas, porém, convenceram Rodolfo Landim de que Tite tem competência tanto em relação à capacidade para armar equipes quanto na gestão de pessoas, algo que praticamente inexistiu durante os cinco meses de Jorge Sampaoli pelo Flamengo.
O vice-presidente geral do Flamengo, Rodrigo Dunshee, fez duras críticas públicas a Tite no ano passado, logo após a eliminação do Brasil nas quartas de final da Copa do Mundo. Em sua conta no Twitter, o dirigente atribuiu o fracasso no Mundial ao trabalho do treinador.
— Tinha elenco (falo também de alguns que foram preteridos) para disputar a Copa, mas não tinha treinador. Está na hora de colocar alguém mais preparado e no Brasil não vejo ninguém. Muito discurso e pouca estratégia, muita falação e pouca atitude. Ótimo para entreter a plateia, não para dirigir a Seleção. Desde à convocação, passando pela panela dos amigos, chegando à tática mal feita e mal treinada, Tite mostrou quem é. O último jogo foi a consagração dos erros – postou Dunshee.
Apesar de já ter sofrido resistência, Tite virou nome forte no Flamengo. É o escolhido. É necessário saber se ele aceita o desafio de voltar a comandar um gigante brasileiro e, quem sabe, já em 2023.
Enquanto Tite decide seu futuro, Jorge Sampaoli vive reta final de passagem pelo Ninho do Urubu. Com reapresentação do elenco marcada para esta terça, o argentino perdeu o apoio da maior parte das pessoas no CT e terá sua saída oficializada em breve.
Retirado de: Globo Esporte
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