Por: Letícia Gerheim
O Flamengo fez uma experiência em seus gramados no começo da tarde de quinta-feira (16), dia mais quente do ano no Rio de Janeiro de acordo com o Instituto Nacional de Metereologia (Inmet). Profissionais do clube mediram a temperatura de alguns dos campos do Ninho do Urubu e obtiveram resultados impressionantes.
A média dos gramados naturais foi de cerca de 45°, enquanto um dos sintéticos registrou nada menos que 70°. A medição foi feita nos campos 3, 7 e 9 entre 12h50 e 13h. Os últimos dois mencionados são de grama sintética, utilizados para preparar o time contra adversários que adotam este tipo de gramado.
Em entrevista ao “GE” o CEO do Flamengo, Reinaldo Belotti, alertou sobre os perigos para a saúde dos jogadores e até mesmo para os equipamentos ao atuar nestas condições. O Flamengo se opõe publicamente ao gramado sintético e mostra os riscos do uso aos próprios atletas.
– Bem, esse é só mais um dos problemas dos gramados sintéticos. Não à toa, as cinco principais ligas do mundo não utilizam esse tipo de gramado. A liga holandesa, por exemplo, está revertendo aqueles que têm. E o Brasil, como um país tropical, sofre ainda mais que os outros. Imagine jogar uma partida de futebol em um gramado com essa temperatura, às quatro horas da tarde, em um verão intenso como esse nosso do Brasil. Isso destrói chuteiras, essa temperatura. Não é no sentido figurado, destrói mesmo, desmonta as chuteiras. E, em consequência, os pés dos atletas ficam expostos a queimaduras.