O futebol brasileiro enfrenta desafios estruturais que vão além das quatro linhas. Uma dessas questões, recentemente trazida à tona por Marcos Braz, vice-presidente do Flamengo, é a incompatibilidade entre o calendário do futebol nacional e as datas FIFA. Em entrevista ao Bandsports, Braz expressou sua insatisfação com a convocação de Ayrton Lucas para a seleção brasileira, destacando um problema maior: o calendário do futebol brasileiro que não para durante os períodos internacionais, ao contrário do que acontece na maioria das nações com campeonatos nacionais relevantes.
Esse cenário coloca em xeque não apenas a competitividade dos clubes, mas também a integridade das competições nacionais. O Brasil se destaca negativamente nesse aspecto, pois, enquanto outras nações pausam suas atividades para se alinharem ao calendário internacional, aqui o jogo continua. Isso resulta em uma desvantagem para equipes que investem alto em seus elencos, pois precisam disputar partidas importantes sem alguns de seus principais jogadores, convocados para representar suas seleções nacionais.
A convocação de Ayrton Lucas pela seleção brasileira para os jogos contra Inglaterra e Espanha, apesar de ser um reconhecimento do talento e esforço do jogador, acende um alerta para o Flamengo. O clube não terá jogos marcados durante as datas desses compromissos internacionais, mas a situação se complica quando se olha para o futuro, especialmente com a proximidade da Copa América, que ocorrerá simultaneamente ao Campeonato Brasileiro.
— O Brasil é um dos poucos lugares do mundo em que não se para na Data Fifa. Se você botar as 30 principais nações filiadas à Fifa que tem campeonato nacional, eles param e a gente não para. Isso penaliza a competição e penaliza quem investe. Nesse momento, o penalizado é o Flamengo, afirmou Braz.
Além de Ayrton, o Flamengo enfrenta a possibilidade de perder outro jogador crucial para as convocações internacionais, Matías Viña, que é peça-chave na seleção uruguaia.
— Não tem lateral, e aí botam a culpa no dirigente, no planejamento. Agora eu vou torcer para que os jogadores que eu contratei não sejam convocados? É difícil para a gente, mas vamos embora. Com certeza o Flamengo vai entrar com 11 em campo, finalizou o dirigente.