Na última quarta-feira, o Ministério Público da Espanha anunciou um pedido de prisão para Carlo Ancelotti, renomado treinador do Real Madrid, por alegações de fraude fiscal. A acusação se concentra em uma suposta evasão de 1 milhão de euros em impostos, relacionada aos direitos de imagem do técnico durante os anos de 2014 e 2015, período que marca sua primeira estadia à frente do clube espanhol.
Segundo as autoridades, Ancelotti teria empregado uma estrutura complexa envolvendo trustes e empresas fantasmas para ocultar os rendimentos provenientes de seus direitos de imagem, evitando assim a devida tributação na Espanha. Este esquema incluiu a transferência de seus direitos para a empresa Vapia Limited, num contrato inicialmente estipulado em 25 milhões de euros por dez anos, mas que mais tarde foi modificado para 1 milhão de euros em um período de três anos.
A questão dos direitos de imagem no futebol espanhol não é novidade, com casos anteriores envolvendo grandes nomes como Cristiano Ronaldo, Lionel Messi e Diego Costa, todos tendo enfrentado acusações semelhantes e concordado com o pagamento de multas substanciais para evitar penas de prisão. Estes precedentes ressaltam a vigilância rigorosa das autoridades fiscais espanholas sobre a gestão financeira das celebridades do esporte.
Interessantemente, as acusações surgem após um curto prazo no qual Ancelotti foi cogitado como possível técnico da seleção brasileira. Este cenário adiciona uma camada de complexidade à situação do italiano, cuja reputação até então impecável no cenário futebolístico internacional agora se vê manchada por alegações de conduta fiscal inapropriada.
O Real Madrid e Ancelotti ainda não se pronunciaram oficialmente sobre as acusações. A comunidade do futebol aguarda ansiosamente por esclarecimentos, bem como pela decisão final das autoridades espanholas. A eventual confirmação da fraude não apenas afetaria a carreira de Ancelotti, como também reforçaria a necessidade de maior transparência e integridade fiscal entre as figuras proeminentes do esporte.
O caso de Ancelotti, portanto, não é isolado, mas parte de uma tendência mais ampla de escrutínio sobre as finanças dos profissionais do futebol, colocando em evidência a importância do cumprimento das obrigações fiscais, independentemente da estatura ou da contribuição desportiva das personalidades envolvidas.