O cenário do futebol brasileiro foi abalado com a notícia da suspensão de Gabigol, atacante do Flamengo, por dois anos devido a uma tentativa de fraude em exame antidoping. A decisão, divulgada recentemente, colocou em movimento toda uma estratégia jurídica por parte da defesa do jogador e do clube, buscando reverter ou ao menos minimizar as consequências dessa punição. Diante desse contexto, o Flamengo e os representantes legais de Gabigol, liderados pelo advogado Bichara Neto, começaram a analisar os documentos e a preparar o terreno para as próximas etapas legais.
A complexidade do caso e as nuances da legislação antidopagem envolvida tornam o processo de apelação um desafio. A defesa se concentra agora em traduzir e interpretar o acórdão, com o objetivo de elaborar um recurso convincente que possa levar à absolvição do jogador ou ao menos garantir um efeito suspensivo, enquanto o recurso está sendo avaliado. A expectativa é de que o pedido de efeito suspensivo seja formalizado no início da próxima semana, marcando o próximo capítulo nesta batalha jurídica.
“O Flamengo ainda não foi intimado do oferecimento da denúncia esportiva feita pela Procuradoria e, tão logo seja intimado, atuará na defesa do atleta. Não obstante, pode adiantar que não houve qualquer conduta intencional ou tentativa do ATLETA para afetar ou impossibilitar o controle de dopagem. O Flamengo confia na justiça desportiva e entende que os fatos narrados não configuram uma falta típica, sendo não mais que um mal entendido.”, expressa a nota oficial do clube, evidenciando a surpresa com a decisão e a intenção de suportar Gabigol na apresentação do recurso.
A base para o início da punição em abril de 2023 é uma particularidade do regulamento antidopagem que permite que a pena comece a contar a partir da coleta da amostra, em casos de atrasos substanciais no procedimento que não foram causados pelo atleta. Essa regra específica do Código Brasileiro Antidopagem foi aplicada ao caso de Gabigol, determinando que, apesar de estar ativo durante o último ano, ele estaria impedido de jogar até abril de 2025.
A defesa de Gabigol não é inédita no universo do futebol. Bichara Neto, o advogado escolhido para representar o atacante, já havia defendido Paolo Guerrero em um caso de doping, também procurando reverter uma suspensão nas instâncias da Fifa em 2017. O suporte do Flamengo, manifestado através de uma nota oficial, reitera a confiança no atleta e no processo de defesa que será levado adiante, enfatizando a crença de que não houve fraude ou tentativa de fraude por parte de Gabigol.
A denúncia que levou à suspensão de Gabigol alega que o jogador tentou dificultar o processo de controle de dopagem. No entanto, a defesa utilizou imagens das câmeras de segurança do Ninho do Urubu para apoiar a versão do atleta, que prestou depoimento por videoconferência durante a sessão de julgamento, juntamente com outras testemunhas.
A decisão pegou muitos de surpresa e gerou uma onda de apoio ao atacante, tanto por parte dos torcedores quanto do próprio clube. O Flamengo, por meio de sua nota oficial, expressou sua surpresa com a pena aplicada e reafirmou seu apoio a Gabigol, anunciando que auxiliará na apresentação de recurso à Corte Arbitral do Esporte (CAS), mantendo a esperança de uma revisão positiva do caso.
Este episódio destaca a complexidade e a seriedade com que o futebol brasileiro, e em particular o Flamengo, deve encarar as regras antidopagem. Ao mesmo tempo, evidencia o processo de defesa em casos de alta repercussão, onde cada detalhe pode ser decisivo para o futuro profissional de um atleta. A comunidade esportiva permanece atenta aos próximos capítulos dessa disputa, na esperança de que a justiça desportiva encontre um caminho justo e equilibrado para todas as partes envolvidas.