Célio Cotecchia, renomado ortopedista que serviu o Flamengo por mais de duas décadas, faleceu na madrugada desta sexta-feira, no Rio de Janeiro, aos 85 anos. O clube, onde Cotecchia deixou um legado notável, manifestou seu pesar através das redes sociais, recordando os inúmeros momentos em que o médico contribuiu para o sucesso da equipe, especialmente durante os anos dourados da década de 1980.
O início da jornada de Cotecchia no Flamengo remonta a 1963, quando ainda era estudante de Medicina e começou a trabalhar no departamento de remo do clube. Não demorou muito para que suas habilidades o levassem a uma posição mais destacada no departamento de futebol, onde ele se tornou uma figura central, especialmente após um episódio em 1964. Durante a Taça Brasil, na ausência do médico titular, ele foi chamado para acompanhar o time em uma partida decisiva contra o Ceará em Fortaleza, após o técnico Flávio Costa expressar sua confiança nele.
Sua carreira no clube estendeu-se até 1985, durante um período em que o Flamengo colecionou títulos importantes, incluindo o Mundial de Clubes de 1981. Cotecchia esteve lado a lado com grandes nomes como Zico, participando ativamente dos triunfos e desafios enfrentados pelo time, incluindo as emblemáticas partidas contra o Cobreloa, onde jogadores como Lico e Adílio foram lesionados.
Em uma entrevista concedida em 2012 ao site oficial do Flamengo, Cotecchia relembrou com entusiasmo os anos em que esteve no clube, destacando a qualidade e a garra do elenco que tinha o prazer de acompanhar. Suas memórias enfatizavam não apenas as conquistas, mas também a união e o espírito de luta que marcaram aquela era.
— Eu trabalhei no Flamengo de 1963 a 1985. Aquele time do Flamengo era espetacular! Os jogos contra o Cobreloa, o Lico e o Adílio machucados – ao serem covardemente agredidos no primeiro jogo da decisão -, a vitória… Nossa, foi tudo muito marcante. Realmente, era um elenco espetacular, disse Cotecchia.
Após sua saída do clube em 1985, Cotecchia não se afastou completamente. Continuou frequentando a Gávea como sócio e atendeu muitos atletas rubro-negros em seu consultório particular. Sua dedicação e serviço ao clube foram posteriormente reconhecidos com o título de sócio benemérito, uma homenagem à sua contribuição duradoura.