O Botafogo formalizou um pedido à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) nesta terça-feira (23 de abril) para que o árbitro Raphael Claus seja impedido de apitar o clássico contra o Flamengo, que ocorrerá domingo (28 de abril). Além disso, o clube solicita que Claus seja afastado das escalas de arbitragem até que seja concluída a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a manipulação de jogos e apostas esportivas.
O pedido surge em meio a alegações de John Textor, proprietário da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Botafogo, que criticou duramente o árbitro por supostos erros em partidas anteriores do Campeonato Brasileiro. O episódio mais notório ocorreu após uma derrota do Botafogo para o Flamengo por 2 a 1 no ano passado, onde Textor expressou sua insatisfação nas redes sociais, destacando um lance envolvendo o jogador Tchê Tchê que foi ignorado por Claus.
O clube também estendeu seu pedido de veto à árbitra de vídeo Daiane Caroline Muniz dos Santos, que estava envolvida na mesma partida mencionada por Textor. Ambos, Claus e Daiane, foram convidados a prestar depoimento em uma sessão secreta da CPI, o que demonstra a gravidade das acusações e a atenção dada pela comissão às questões levantadas pelo Botafogo.
O ofício do Botafogo à CBF enfatiza que, dada a natureza pública das críticas e dos indícios de irregularidades apontados pelo relatório da Good Game citado por Textor, Claus não possui a necessária independência, imparcialidade ou confiança pública e dos envolvidos, incluindo o Flamengo, para arbitrar partidas do Botafogo durante o período das investigações.
Nota oficial emitida pelo Botafogo
Tendo em vista o caráter público das críticas feitas e dos indícios relatados à CPI com base no relatório da GoodGame, entende-se, respeitosamente, que, sob uma perspectiva estritamente objetiva, o árbitro em questão não goza da necessária independência e imparcialidade – nem da confiança do público e demais atores envolvidos, incluindo o próprio CR Flamengo – para arbitrar partidas da SAF Botafogo, pelo menos não enquanto as investigações da CPI não forem concluídas.
Apesar dos pedidos e das circunstâncias controversas, a CBF já havia escalado Raphael Claus para o clássico do próximo domingo, com Rodolpho Toski Marques designado como responsável pelo VAR.